Antes mesmo do primeiro raio de sol, a equipe de mais de 30 pessoas já está chegando ao salão do Santuário, de tamanho médio e com duas portas, para iniciar o trabalho. É quando o dia 26 de maio se aproxima, data em que é celebrado o dia da Nossa Senhora de Caravaggio, que a atuação voluntária é organizada para receber os romeiros que chegam à esplanada em Farroupilha.
São poucos dias de trabalho, dependendo de quando cai o feriado, mas a definição das atividades é elaborada previamente: o cardápio, quem atuará na cozinha, na churrasqueira, na distribuição de bebidas ou no caixa. E aos poucos, o trabalho dos voluntários do Restaurante do Santuário vai ganhando forma.
A equipe de 2022 já é bem experiente. Este ano, não teve novatos no serviço, realizado na última quinta-feira (26), neste sábado (28) e também no domingo (29). Até os mais jovens já têm experiência com a organização das refeições organizadas pela comunidade.
De novidade, apenas a liderança frente à organização neste ano que é de Dalva Pasa, 52 anos. Apesar de estrear no "cargo", a agricultora é envolvida com o almoço aos romeiros e trabalhadores da segurança, da imprensa e de órgãos envolvidos – estes últimos de forma gratuita, em retribuição - há quase 30 anos. Mas engana-se quem pensa que o trabalho começa só no primeiro dia de Romaria.
— Anteriormente, também tem muito trabalho. Tem a limpeza, a organização e aqui são todos voluntários que vêm ajudar. É uma equipe muito boa. A gente se dá muito bem porque nós viemos com prazer. A gente trabalha com alegria — destaca Dalva.
Na quinta, primeiro dia de serviço após dois anos parados por conta da pandemia da covid-19, o restaurante recebeu cerca de 700 pessoas. Já para este sábado, dia em que deve haver maior público no Santuário, a expectativa é de receber mil pessoas.
— A gente teve muita esperança, porque foram dois anos de muita saudade da amizade que a gente constrói junto. Então, estamos trabalhando com muita alegria, com muita satisfação, porque o pessoal precisa também desses encontros, então, a gente não está trabalhando pelo cansaço do trabalho, isso a gente perde no ponto em que a gente está conversando, está lidando com o pessoal — diz, animada.
Para fazer com que no final tudo dê certo, os mais de 30 voluntários atuam em suas equipes e, no encerramento do expediente, todo mundo se junta para ajudar na limpeza para já deixar tudo pronto para o próximo dia. Quem já conhece bem a rotina do serviço prestado é o aposentado Olir Galafassi, 73, que iniciou sua atuação antes dos 20 anos.
— São mais de 50 anos envolvido. Sou daqui e o pessoal quase que se sente na obrigação de ajudar. Não podemos ficar de fora — conta Galafassi, que começou servindo os pratos, quando ainda era prato feito, e há quatro décadas se dedica aos assados.
— A gente faz com gosto isso aqui. Aqui em Caravaggio nós somos unidos, tem que dizer a verdade. As famílias, os padres, todo mundo ajuda, porque é necessário. Se a gente não se ajudar, vai vir o pessoal da onde ajudar? Eu estou satisfeito fazendo meu trabalho, enquanto eu puder, eu venho, faço e é isso — pontua o aposentado.
Romeiros, visitantes e trabalhadores que estiverem atuando nos dias de Romaria encontram um buffet, que pode ser servido livremente, com saladas, arroz, feijão, massa, galeto e assados – salsichão e carne de porco. O valor é fixado em R$ 38 e os valores de bebidas são a partir de R$ 5.