A prefeitura de Caxias do Sul anunciou na manhã desta sexta-feira (27) o endereço onde será construído o Parque de Proteção Animal. O local fica perto da Estação de Tratamento do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), na Linha Luciana Colônia Sertorina, mas não está em área de captação de água. Não é nenhum dos três terrenos que constaram na consulta popular realizada pelo município em março. A área não estava na pesquisa porque não tinha sido vistoriada.
Outra novidade é que serão feitas duas permutas, uma para o terreno que abrigará o parque e outra para a construção do alojamento dos animais que vivem no atual canil e os demais bichos que vierem a ser resgatados.
Para viabilizar a obra, será realizada uma troca com uma área do município no bairro Santa Lúcia, perto da Ceasa. O acesso a esse terreno, onde será construído o abrigo dos animais, é pela Estrada dos Romeiros — a um quilômetro da ETE Samuara e a cerca de 10 minutos do perímetro urbano, em trecho pavimentado.
— Negociamos com um empreendedor. O município faz uma troca de uma área que não estava sendo usada pelo poder público, no bairro Santa Lúcia. Dois mil metros quadrados foram trocados por 50 mil metros quadrados. Uma área bem próxima que facilita o acesso dos trabalhadores e dos visitantes — declarou o secretário de Meio Ambiente, João Osório Martins, ressaltando que o terreno do futuro abrigo não ficará em área de proteção permanente.
Já o Parque de Proteção Animal será construído na mesma região, mas em parte locada pelo município. O valor do aluguel não foi divulgado.
— O parque não ficará no mesmo local, mas na mesma área. Ele é uma extensão do canil no primeiro momento, mas há a possibilidade de compra dessa área do Parque de Proteção Animal depois. É apenas uma situação momentânea. A gente sabe da situação financeira e não queremos onerar o município. Então, estamos permutando, inicialmente, 50 mil metros quadrados, mas a ideia é comprar o restante e o proprietário se comprometeu com a venda, mas agora a gente aluga. É só questão de tempo, acredito que o município vai adquirir também essa área.
Esse segundo terreno tem cerca de 100 mil metros quadrados (o equivalente a 10 campos de futebol), mas o município ainda vai avaliar quantos hectares vão ser comprados.
—A gente pode comprar os dez (hectares), comprar oito, isso vai depender do que nos interessa em relação ao Parque de Proteção Animal. Necessitamos de um açude, de um arroio que passa na área e também precisamos da mata nativa que tem na área. São bens ambientais que nos interessam e tendo o parque temos certeza que vamos preservar todos esses bens — diz o secretário.
Permuta para construção do canil
O alojamento dos animais também será construído com permuta. Nesse caso, as negociações são com um empresário que tem interesse no terreno do atual canil, em São Virgílio da 6ª Légua. Esse mesmo empreendedor chegou a oferecer uma área em São Francisco da 6ª Légua, na região de Galópolis, para receber o alojamento e apresentou um projeto à administração anterior da prefeitura para executar as obras e cobrir a diferença dos valores.
Esse imóvel, porém, não será usado, mas a negociação com o proprietário da área se manteve. O advogado Felipe Giovani Marchioro, que representa o empresário, esclarece que, no decorrer do ano, o município entrou em contato com o cliente dele. O secretário João Osório Martins explica que essa negociação também será por permuta:
— A segunda negociação também a nível de permuta é a construção do alojamento dos animais. Nessa caso, se permutará a área do atual canil ( São Virgílio da 6ª Légua) pela construção do abrigo, pela edificação do novo canil (na região da ETE Samuara). Então, primeiro vamos negociar o terreno, e então vamos partir para a edificação — esclarece Martins.
No início deste semana, por meio da assessoria de imprensa da Semma, o município disse quando houvesse novidades sobre o tema o anúncio será feito pelo prefeito Adiló Didomenico (PSDB).
— Tenho certeza que será um local (Parque de Proteção Animal) de muita visitação. Tenho certeza que os amantes da causa animal vão ter ali um belo local para passeio, para visitação e para fazer adoção, que é o objetivo. Em termos de local, está bem colocado. Agora, o próximo trabalho é apresentarmos para os vereadores, porque precisamos do aval e aprovação por parte do Legislativo. Entendo que é uma pauta de muitos vereadores e o assunto será bem recebido na Câmara — projeta Adiló.
Consulta Popular
Na consulta popular, constavam três terrenos: em São Virgílio da 2ª Légua, na região de Forqueta; no bairro São Victor Cohab; e na localidade São Victor e Corona, perto de Galópolis. Contudo, de acordo com o município, os dados da consulta foram levados em consideração para decidir sobre o terreno anunciado pela prefeitura.
O resultado da pesquisa também foi divulgado nessa manhã. Foram 3,4 mil votos, sendo que 1.277 foram considerados válidos, o que equivale a 37,56% do total registrado e 2.123 foram considerados inválidos, um índice de 62,44%. Esse grande percentual de votos invalidados se deve a CPFs duplicados ou título de eleitor inválido, segundo o município.
Em relação às perguntas na consulta, a prefeitura ressalta que considerou o fato de a maioria dos votantes terem afirmado que a distância do canil e a existência de um Parque de Proteção Animal incentivaria as adoções.
:: Ou seja, 858 pessoas responderam que a distância interfere no número de animais adotados e 419 opinaram que não.
:: Em relação à criação do Parque, 865 pessoas responderam que o local auxiliaria para incentivar mais adoções e 412 responderam que não.