Caxias do Sul recebeu neste sábado (21) o primeiro dia do mutirão dos exames práticos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A força-tarefa é organizada pelo Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) com objetivo de reduzir a fila de espera pelas provas, que pode chegar a meses. No início de maio, a maior cidade da Serra tinha a segunda maior fila do Estado, com quase seis mil alunos de Centro de Formação de Condutores (CFCs) esperando a data do exame.
A força-tarefa ocorre após o governo do Estado liberar R$ 1,3 milhão para para o pagamento de horas extras de examinadores do Detran. O órgão estadual atribui o represamento à não realização de provas durante a pandemia.
O primeiro fim de semana do mutirão contemplou 30 candidatos do CFC Nosso. As provas foram realizadas no bairro Cinquentenário e uma nova turma de 30 pessoas será atendida no próximo fim de semana. Segundo a coordenadora do CFC, Jane Espinosa, tradicionalmente as provas da instituição ocorrem às quartas-feiras e elas estão mantidas durante o período do mutirão.
— Antes tínhamos 20 exames semanais e desde o dia 11 de maio esse número aumentou para 36, isso vai permanecer sempre. Aí nesses dois fins de semana também temos a força-tarefa — explica.
Na terça-feira (24) será realizado um mutirão específico para quem pretende obter a habilitação de moto, com 25 vagas. Nos dias tradicionais, a quantidade de provas passou de seis para 17.
Pouco depois das 9h, cerca de 12 dos 30 exames já haviam sido realizados. Quem ainda não havia sido chamado, aguardava dentro de um ônibus com aquecimento e atendimento com a psicóloga Janaína Picolli Teixeira, que atua no CFC. O serviço é oferecido para dar mais tranquilidade aos candidatos no momento do exame.
— Se vocês conseguirem aplicar a técnica do pensar, sentir e posteriormente agir, o resultado é a aprovação de vocês naquilo que fizeram com o instrutor — disse a psicóloga aos alunos.
Por volta de 9h30min, o auxiliar de produção Victor Rodrigues, 23 anos, aguardava ser chamado após ficar dois meses e meio na fila de espera. Ela já possui habilitação para a categoria A (motos) e agora busca a categoria B (carros). Ele começou a realizar as aulas no fim de fevereiro e aparentava calma minutos antes da prova.
— Estou tranquilo, confiante. Agora vai depender só de mim. É algo que quero para lazer, mas se tiver possibilidade de trabalho, melhor — afirma.
Quem já comemorava a aprovação era Eduardo da Rocha Noronha, 23. O auxiliar técnico em telecom realizou as aulas ainda no fim do ano passado. A partir daí, aguardou por cerca de cinco meses até ter a data marcada. Na primeira tentativa, no início do mês, não obteve sucesso.
— Perdi um pouco a prática. Eu não tenho carro, então para praticar era ruim porque era só no CFC — conta Noronha, que está tirando a primeira habilitação.
Além do CFC Nosso, o CFC Santa Lúcia também foi contemplado para a realização de mutirões nas próximas semanas.