Os clientes não precisam mais usar máscara nos bufês dos restaurantes, bares e lancherias de Caxias do Sul quando vão se servir. A nova regra está em vigor desde a última quarta-feira (27), quando a prefeitura publicou um novo decreto (nº 22.034). O documento determina que o uso não é mais obrigatório. A medida vale apenas para o consumidor, ou seja, ainda permanece obrigatório o uso entre funcionários durante a manipulação e distribuição dos alimentos.
A reportagem percorreu lancherias e restaurantes da área central na manhã dessa quinta-feira (28) para verificar o novo cenário na cidade. Foi possível observar que as opiniões ainda se dividem. Rosmari Mattioda, 66 anos, e Cesare Machado, 66, trabalham com comércio exterior. Eles estavam em um café na Avenida Júlio de Castilhos.
— Acho boa a questão de usar a máscara na hora de se servir por uma questão de higiene — defende Rosmari, opinião compartilhada por Machado:
— Não uso em outros lugares, mas para me servir vou seguir usando a máscara. Antes da pandemia eu não dava bola, mas, hoje, no bufê, acho que é essencial o uso.
Nos restaurantes, opiniões também são divididas
Em dois restaurantes da cidade, a situação era a mesma: opiniões divididas. Muitos clientes entravam sem máscara e a colocavam na hora de se servir. Outros não sabiam ainda que o uso agora é opcional, enquanto alguns, mesmo informados, afirmaram que vão seguir usando o item.
— Não pode parar de usar máscara. Sei que o uso é opcional, mas eu uso na rua e nos outros lugares e vou continuar usando para me servir — ressalta a professora aposentada Vera Beatriz Berto, 67.
O aposentado Geraldo Luiz Adami, 74, entrou em um restaurante na Rua Pinheiro Machado sem máscara. Ao se dirigir ao bufê, colocou o item:
— Prefiro ficar sem máscara, mas na hora de me servir é prudente usar por questões de higiene.
Já o agente de registros Dante Schaurich, 32, é favorável ao uso facultativo:
— A vacina já nos defende em relação ao vírus — acredita ele, que se servia sem máscara.
As vendedoras Jaqueline Gubert, 37, e Vanice Daniele, 32, também estavam sem máscara.
— Sou a favor de não usar, não acho que seja necessário — afirma Jaqueline.
Vanice reforça:
— As pessoas andam sem máscara na rua e em ambientes fechados. Está liberado por tudo, então não tem porque usar para se servir.
Avaliação do Sindicato
Integrantes da diretoria do Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria (Segh) estiveram reunidos com o prefeito Adiló Didomenico no último dia 14. Eles entregaram um documento com demandas da categoria. Entre eles, o pedido para a desobrigação da máscara para os clientes nos bufês.
— Solicitamos o uso facultativo porque estavam ocorrendo muitas divergências com os clientes, especialmente os que vem de fora de Caxias do Sul e se sentiam obrigados a usar máscara. A única cidade da região que exigia o uso da máscara aos clientes era Caxias e isso gerava um constrangimento entre os estabelecimentos e os clientes que se negavam a usar a máscara — explica o presidente do Segh, Marcos Antônio Ferronatto.
A situação é relatada por proprietários e funcionários de estabelecimentos:
— Orientávamos e pedíamos aos clientes para usar, mas muitos não gostavam, então se torna mais fácil quando é opcional. Vamos continuar pedindo que eles higienizem as mãos com álcool gel antes de se servir, e respeitando as medidas — ressalta Zuka Lima, proprietária de um café na área central.
Em um restaurante na Rua Borges de Medeiros, no Centro, ainda há a placa que orienta que o uso é obrigatório para se servir. O proprietário Irno Graciolli ressalta que vai manter o aviso por mais alguns dias, mas irá orientar os clientes que o uso é opcional.
— Já perdi clientes por cobrar o uso de máscara. No meu ponto de vista, é melhor usar para se servir porque muitos têm o costume de conversar e, com a máscara, é mais higiênico. Só que se tornando opcional evita termos que nos indispor — aponta ele.
A gerente administrativa Mariane Costa, 34, tem a mesma percepção:
— Para mim, é fundamental usar enquanto nos servimos, e acho que tinha que usar para sempre em restaurantes. Por outro lado, entendo que é uma situação complicada porque a obrigatoriedade cria um constrangimento entre a equipe e o cliente.
De acordo com o município, apesar de ter tornado a máscara facultativa aos clientes, o prefeito entende o uso do item como importante, tanto por uma questão de saúde, quanto por higiene. Por isso, Adiló solicitou que o sindicato trabalhe com os estabelecimentos uma campanha que incentive o uso da máscara pelos clientes. No encontro, os gestores da entidade assumiram o compromisso de trabalhar neste sentido.