Movidos pela fé, mais de 5 mil fiéis da Igreja Católica se uniram em procissão pelas ruas do centro de Caxias do Sul nesta sexta-feira (15). Centenas de pessoas saíram da Paróquia São Pelegrino até a Catedral Diocesana, às 14h. Simultaneamente, outros partiram da Paróquia São Leonardo Murialdo.
Além disso, outros dois grupos saíram às 14h45min das paróquias Nossa Senhora de Lourdes e Cristo Redentor. Em comum, o ponto de encontro, também na Catedral, e os pensamentos em Jesus Cristo e a entrega de sua vida.
Com preces, emoção e muitos momentos de silêncio e reflexão, os caxienses puderam se reunir novamente na Sexta-feira Santa após dois anos sem procissões. A celebração só foi possível com o avanço da vacinação e o freamento da pandemia de covid-19.
— A emoção é muito grande porque se passaram dois anos da pandemia e hoje podemos voltar a nos encontrar e agradecer, louvar pela vida de todo mundo e pelas famílias enlutadas que passaram pela covid e perderam familiares. Hoje é só agradecer mesmo — comentou a aposentada Jussara Rinaldi, 50 anos, que estava acompanhada do marido e de um casal de amigos durante a caminhada pela Rua Sinimbu.
Junto aos fiéis que saíram de São Pelegrino estava o frei Jaime Bettega, que celebrou o retorno das procissões neste dia.
— O sentimento é de alegria até porque quem tem fé sempre se alegra porque tem esperança. Nós estamos com saudades de caminhar, de fazer dessa caminhada uma prece e de nos encontrar com outros e olharmos para a mesma direção. A Sexta-feira Santa é importantíssima porque ela recorda que a gente não caminha sozinho nesse mundo, que temos a cruz que pesa, mas também o amor que sustenta — reflete o frei.
Após a chegada de todos os fiéis das cinco paróquias, foi a hora da procissão unificada, pelas ruas Dr. Montaury, Do Guia Lopes e Sinimbu e na Avenida Júlio de Castilhos.
Segundo o pároco da Catedral Diocesana, padre Volnei Vanassi, o grande público desta sexta-feira já era esperado, pois é reflexo do aumento no movimento também nas igrejas.
— Nós temos visto uma retomada das pessoas não só às igrejas, mas para a espiritualidade, momentos de silêncio. Isso é mais do que necessário depois desses tempos de tantas provações que vivemos, perdas. Os desafios são muitos e penso que a nossa espiritualidade seja fundamental para que a gente volte ao nosso caminho — afirma o pároco.
Em razão da procissão, as ruas centrais tiveram bloqueios momentâneos de trânsito. Para que tudo funcionasse, 17 agentes de trânsitos acompanharam os fiéis e orientaram os motoristas que cruzavam as vias no trajeto da procissão. Um deles é o agente Joel Portela, que está em sua 22ª atuação em procissão.
— São muitas pessoas envolvidas, os motoristas muitas vezes não estão acostumados com intervenções no trânsito. Às vezes, no feriado, o pessoal está desconcentrado. A atenção, colaboração e compreensão de todos é essencial. São dois anos que essas pessoas não fazem a procissão — destacou o agente de trânsito.