Depois do susto com o incêndio de grande proporção que atingiu parte do pavilhão da empresa Schio, em Vacaria, o momento é de avaliação da situação e remanejo do estoque que havia no local. Em levantamento prévio, foram contabilizadas mais de 1,5 mil toneladas de frutas queimadas. Segundo a agropecuária, as maçãs, ameixas e peras que não foram danificadas, estão sendo transferidas para outras unidades para serem embaladas.
Até o momento, um levantamento prévio do prejuízo aponta a perda de mil toneladas de maçãs, 500 toneladas de ameixas e oito toneladas de peras, além de 70 mil caixas de armazenamento vazias. A produção de maçã anual da Schio, a maior na empresa, é de 300 mil toneladas.
De acordo com o comandante do 4º Batalhão de Bombeiro Militar (4º BBM), tenente Marcos Corrêa, o término da operação deve ser finalizado no início da noite desta quarta-feira (9). Até o início dessa manhã, ainda tinham pequenos focos de incêndio no local, onde quatro militares com dois caminhões de combate, além de caminhões-pipas e máquinas para a retirada de resíduos estão atuando.
— A empresa volta as suas atividades de recebimento do produto e o beneficiamento com a área não atingida pelo incêndio — informa Corrêa, referindo-se ao perímetro de 14 mil metros quadrados atingidos do total de 90 mil metros quadrados de área.
A ação foi paralisada meia-noite dessa terça, por questões de segurança dos operadores e de visibilidade, além do cansaço físico da operação durante o dia, sendo retomada às 8h dessa quarta.
Em quase 31 anos de carreira, o tenente diz que este foi o maior combate a incêndio do período na cidade.
— Outro incêndio foi em 2014, na Rasip, quando câmaras frias para o queijo pegaram fogo. Foram pouco mais de 24h de combate, numa área de quatro mil metros quadrados. Na minha carreira já atuei em outros desse porte e magnitude, como na fábrica de tintas Nobre, em novembro de 2008, em Arroio do Meio — comenta o bombeiro.
Susto também de quem mora perto
Moradores da BR-285 há oito anos, o casal de aposentados Irali e Sueli Pastorell, de 71 e 66 anos, respectivamente, conta que a noite de segunda-feira (7) foi de muito medo e apreensão.
— Eu estava sentado junta da janela da cozinha e daqui a pouco vi o Corpo de Bombeiros com o alarme, um barulhão. Perguntei o que estava acontecendo para minha esposa. Era um desespero fora de série — relata o aposentado.
O casal compartilha que a frente da empresa e da casa onde moram virou "uma guerra de gente".
— Graças a Deus nunca vimos isso na cidade. Nunca perto disso aí. Trancaram a BR. Aquele fogo, aquela labareda que dava medo — acrescenta o idoso.