Em um intervalo de 10 dias, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) recebeu 130 denúncias de uso indevido de água em atividades não essenciais em Caxias do Sul. O levantamento divulgado pela autarquia compreende o período de 25 de janeiro até esta quarta-feira (2). Foram 64 notificações efetuadas e outras 66 que ainda aguardam verificação. Desde o último dia 25, a prefeitura proibiu o uso de água potável para lavagem de veículos, calçadas, irrigação e piscinas devido à falta de chuvas na cidade.
Ainda conforme o Samae, os bairros com o maior número de denúncias são Centro e Jardim América. Além disso, a maior incidência de denúncias que caracterizam desperdício de água refere-se à lavagem de calçadas, carros e prédios. Como a medida prevê que a primeira notificação é educativa, não foram aplicadas nenhuma multa nesses 10 dias. Em caso de reincidência, o morador receberá uma multa no valor correspondente a 10 tarifas mínimas de água, calculada no valor de R$ 286 (a tarifa mínima é de R$ 28,60). Denúncias de uso irracional da água podem ser feitas por meio do telefone 115 ou pela plataforma de WhatsApp (54) 9 9180-0893.
De acordo com o decreto, a comunidade deve evitar o uso de água para lavagem de veículos, calçadas ou passeios públicos de prédios comerciais, industriais, públicos e residenciais, além da irrigação de gramados, hortas e jardins e da reposição ou substituição de água em piscinas instaladas em residências, condomínios e clubes. A medida não vale para atividades que ocorram de água não potável, ou seja, oriunda de fontes alternativas ou de reuso.
Em razão disso, o Samae alerta para cuidados com o uso de água não proveniente da autarquia.
— Cuidados específicos devem ser considerados para que não haja risco de contaminação a pessoas ou produtos ou de dano a equipamentos. O sistema hidráulico deve ser independente e identificado, torneiras de água não potável devem ser de acesso restrito, equipes devem ser capacitadas e devem ser previstos reservatórios específicos, entre outras ações, para garantia de bons resultados — explica o superintendente comercial do Samae, Márcio Gasparetto.
Ele recomenda também a participação de um profissional especialista na avaliação do uso de fontes alternativas de água, além da implantação de um sistema de gestão da água para monitoramento permanente.
Represas seguem abaixo da capacidade
Segundo a prefeitura, o decreto foi assinado em razão da falta de chuvas no município, que deixaram as seis represas de Caxias do Sul com níveis abaixo do normal. Nesses 10 dias de vigência das novas regras de racionamento parcial, a situação não mudou mesmo com o registro de chuva na semana passada.
Conforme dados do Samae, todas as represas apresentaram redução na capacidade entre o dia 25 de janeiro e esta quinta-feira (03). A situação que mais preocupa é o Complexo Dal Bó, localizado no bairro Fátima, que é responsável pelo abastecimento de nove bairros de Caxias do Sul, o que equivale a 4% da população.
Nível das represas em Caxias:
:: Complexo Dal Bó
24/01: 56,94% da capacidade
31/01: 54,47% da capacidade
:: Faxinal
25/01: 79,87% da capacidade
03/02: 78,03% da capacidade
:: Maestra
25/01: 84,72% da capacidade
03/02: 84,22% da capacidade
:: Marrecas
25/01: 91,03% da capacidade
03/02: 89,83% da capacidade
:: Samuara
25/01: 93,17% da capacidade
02/02: 92,67%
Fonte: Samae