A campanha estadual que teve o objetivo de intensificar a vacinação infantil nos municípios gaúchos não logrou êxito em Caxias do Sul. Diferente de municípios como Santa Maria e Pelotas que vacinaram mais de três mil crianças no sábado, Caxias distribuiu apenas 407 doses da vacina.
Os números foram divulgados pela secretaria estadual de Saúde. Com a baixa adesão, o maior município da Serra Gaúcha não chegou sequer à marca de 35% da população estimada, de cinco a 11 anos, imunizada com a primeira dose da vacina. Porto Alegre, pelo contrário soma 62.944 crianças vacinadas contra Covid-19, o equivalente a 53,27% do público-alvo estimado, que é de 118.158 crianças.
Segundo dados da secretaria municipal da Saúde, em Caxias do Sul já foram 15.353 vacinados de uma população estimada em 49.346 crianças. Para aumentar os números, a prefeitura planeja ações para promover a vacinação nas escolas. Um material informativo para os professores encaminharem aos pais já foi elaborado e é distribuído nesse início de ano letivo.
A equipe da secretaria de Saúde lembra que são vinte pontos fixos para imunização e outros dez que atendem por agendamento. Das 8h às 15h, todos os públicos são vacinados na UBV Alvorada e nas UBSs Bela Vista, Centro de Saúde, Cristo Redentor, Diamantino, Fátima Alta, Madureira, Pioneiro, Rio Branco, Santa Lúcia Cohab, São Caetano, São Leopoldo e Serrano.
Também com início às 8h, mas com horário até as 20h, as UBSs Cinquentenário, Cruzeiro, Desvio Rizzo, Eldorado, Esplanada, Reolon e Vila Ipê realizam a vacinação.
Também é possível se vacinar nos Pavilhões da Festa da Uva, das 11h às 20h. O local de vacinação fica logo após a catraca principal. São oferecidas a primeira e a segunda dose para adolescentes de 12 a 17 anos. Maiores de 18 anos podem receber o reforço da Jansen ou a 3ª dose no local.
Para secretária, fake news e desinformação atrapalham a vacinação
A secretária Municipal da Saúde (SMS) de Caxias, Daniele Meneguzzi, confirmou a resistência das famílias na busca pelas doses, o que reflete nos números da vacinação infantil no município. Segundo ela, entre os motivos estão as fake news que tratam sobre falsos malefícios que as vacinas provocam às crianças. Outras questões se referem à desinformação sobre o contágio no público infantil e à escolha da marca do imunizante.
—A gente tem muito receio dos pais em função de fake news e de desinformação, atribuindo efeitos adversos graves e até mesmo mortes à vacina. O que a gente sabe que pode acontecer, mas são efeitos rarissímos e que podem acontecer tomando uma aspirina. Há alguma coisa também de desinformação, até porque nós não temos uma grande quantidade de crianças que contraem covid. São números que começam aparecer agora, porque a testagem está sendo ampliada para esse público. Pode parecer que criança não contrai covid, mas contrai, sim — destaca a titular da pasta.
Segundo a secretária, a vacinação em escolas, como ocorreu no caso dos adolescentes, não é uma alternativa descartada. Contudo, não é a prioridade da pasta no momento. Conforme Daniele a prioridade, agora, é fortalecer as famílias com informações adequadas e reais, com apoio de professores e diretores.
— Precisamos levar a informação correta, de qualidade, conclamando esses pais. As ações de vacinação infantil não precisam se dirigir às crianças e, sim, aos pais, que vão levá-las nas unidades e vão autorizar. A gente sabe que a comunidade confia naquilo que as escolas transmitem. Não adianta deslocarmos uma equipe para as escolas se os pais não autorizarem — finaliza.