Depois de receber um alerta do governo do Rio Grande do Sul após o crescimento acelerado de casos de covid-19, o Gabinete de Crise da prefeitura de Caxias do Sul decidiu adotar um Termo de Imposição de Isolamento, que é um documento que substitui o atestado médico e pode ser assinado por enfermeiros e farmacêuticos, a partir da apresentação do teste positivo pelo paciente. O entendimento é que, antes, as pessoas precisavam de consulta médica e acabavam circulando muito pela cidade positivadas — por vezes sem conseguir a consulta.
O alerta, dentro do sistema 3AS de Monitoramento, significa que os municípios precisam apresentar ao Estado um plano de contenção da transmissão do coronavírus até esta sexta-feira (21). Por isso, o Gabinete de Crise da prefeitura de Caxias do Sul discutiu medidas locais no final da tarde desta quinta-feira (20).
— São medidas adotadas para minimizar os tempos de espera e a dificuldade das pessoas de acessarem as UBS para obtenção de atestado. Também estamos adotando um Termo Imposição de Isolamento para os Contatantes Domiciliares, que são as pessoas que não tem esquema vacinal completo e precisam de atestado ou comprovação para abonar dias perdidos perante as empresas — explica a secretaria municipal de Saúde, Daniele Meneguzzi.
A Secretaria Municipal de Saúde ressalta que já foram reforçadas as equipes médicas nas duas UPAs, para dar vazão ao elevado número de atendimentos. O relato é que a maioria dos casos que estão procurando atendimento tem sintomas leves ou nenhum sintoma, mas precisam do resultado do teste e consequente atestado.
O Termo de Imposição de Isolamento tem respaldo em legislação federal e deve ser obrigatoriamente aceito pelos empregadores no lugar do atestado. Nesta sexta-feira (21), também será divulgada uma sugestão de padronização de dias de afastamento, conforme orientação do governo estadual.
Mais cedo, a prefeitura já havia estabelecido uma preferência para testagens contra covid-19 para pessoas com sintomas gripais, idosos, gestantes e trabalhadores em geral. A mudança se deve à alta procura por testes e impossibilidade de atender a toda a demanda.
— É fundamental que as medidas tradicionais de prevenção sejam mantidas, junto com a vacinação. Agora especialmente, reforçamos a importância da vacinação das crianças. Temos casos graves sim, precisamos proteger os pequenos — destaca a prefeita em exercício, Paula Ioris.
Fiscalização do uso de máscaras nas ruas é reforçada
De acordo com o diretor de fiscalização da Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU), Rodrigo Lazarotto, serão nove servidores a partir desta sexta-feira (21) atuando nas ruas do município para fiscalizar o uso correto de máscaras. O número é maior que o da semana passada uma vez que dois servidores retornaram das férias. Ainda segundo ele, desde que a prefeitura anunciou o reforço do trabalho nas ruas, a comunidade tem mudado de comportamento.
— Percebemos que as pessoas começaram a se educar e pelo menos estão portando a máscara. Depois que são advertidas, começam a usar. Algumas usam de forma equivocada, também recebem o alerta e ajustam. É um trabalho que vai crescendo ao longo do tempo porque entendemos que o uso da proteção é ainda a melhor forma de evitar a contaminação — explica.
Segundo o governo gaúcho, a região de Caxias do Sul recebeu o alerta após registrar 847 novos casos da doença para cada 100 mil habitantes de uma semana para a outra, o que representa uma alta de 64% em relação ao mesmo período. Foi a quarta região gaúcha com o maior número de casos, atrás apenas de Capão da Canoa, Santa Rosa e Passo Fundo.
Nesta quinta-feira (20), segundo a Secretaria Municipal da Saúde, Caxias do Sul registrou 264 novos casos positivos para a doença. Um óbito também foi registrado: trata-se de uma mulher de 72 anos que faleceu na quarta (19). Dessa forma, Caxias do Sul registra 1.461 óbitos desde o início da pandemia, sendo 803 masculinos entre 18 e 97 anos e 658 femininos entre 26 e 100 anos.