Nesta terça-feira (9), cerca de 30 alunos do Colégio São José, de Caxias do Sul, participaram de projeto desenvolvido por cinco estudantes do 2º ano do Ensino Médio, que objetivou realizar doações ao Banco de Sangue. Segundo Henrique Balen, 16 anos, a ideia surgiu no desenvolvimento de um trabalho na disciplina de Religião, chamado “Sonhar não basta, é preciso agir”. Os estudantes foram separados em grupos a fim de representar alguma entidade e realizar trabalhos voluntários. Ele e os colegas Letícia Foppa, Sara Todeschini, Camila Mechi e Martin Haas pensaram na doação de sangue.
Para que isso fosse possível, eles passaram em todas as turmas do Ensino Médio apresentando a proposta. Após, entraram em contato com o Banco de Sangue, que apoiou a ideia e sugeriu a “Kombosa do Bem”, uma Kombi personalizada do banco que transfere os alunos do colégio ao local da doação e vice-versa.
Conforme Balen, inicialmente, mais de 100 alunos haviam se disponibilizado para a doação de sangue. Porém, muitos não responderam os formulários necessários e vários foram considerados não aptos, diminuindo o número de doadores para aproximadamente 30 alunos. Foram agendados horários no Banco de Sangue e a doação foi realizada na manhã desta terça-feira (9).
— Eu já tinha vontade de doar sangue, mas nunca tive a oportunidade. Esse projeto da escola me abriu as portas para isso. Amei poder participar e saber que, com uma pequena ação minha, posso ajudar a salvar até quatro vidas. Pretendo continuar sendo voluntária e ajudando os outros — diz a aluna do 2º ano, Maria Eduarda Chies Galarza, 16.
Pela manhã, foi organizado o transporte de ida e volta dos alunos, acompanhando toda a fase de doação para que se sentissem seguros. Depois da concretização do projetos, os cinco estudantes que o desenvolveram sentem-se realizados.
— É uma sensação de dever cumprido com a sociedade. Todos nós conhecemos alguém que já precisou de transfusão de sangue e sabemos o quão agoniante é não saber o que pode acontecer. Estar realizando esse projeto no qual vários litros de sangue serão coletados é gratificante, principalmente em saber da quantidade de pessoas que esse projeto realizado por nós, alunos, irá ajudar — destaca o estudante Henrique.
A gerente de captação de doadores do Banco de Sangue, Franciele Roso, afirma que o projeto foi recebido com muita alegria e surpresa, pois ainda não há um número de doadores significativo nessa faixa etária. Franciele ressalta o grande sucesso do projeto e, agora, fica a expectativa para outras escolas se inspirem.
— Além de ter a felicidade de receber esse convite de parceria para podermos atender esses estudantes, também entendemos que pode ser uma ótima oportunidade para inspirar outros jovens dessa faixa etária. A importância é sempre muito significativa até porque temos um histórico de queda das doações de sangue. Considerando essa faixa etária, temos uma expectativa grande de que, a partir dessa iniciativa, esses doadores possam se tornar fiéis. Ou seja, criar nas suas vidas uma rotina de doação — destaca a gerente.
No 2º ano foram desenvolvidos diversos projetos, onde estudantes visitaram entidades desenvolvendo gestos concretos. Foram doados alimentos, material de higiene, ração para animais e também a doação de sangue.
— É um gesto nobre de disponibilidade dos estudantes que, para nós, é de humanidade e amor ao próximo. Uma ação concreta que começou com um projeto interdisciplinar e envolveu não apenas o grupo, mas todo o Ensino Médio da escola. Desenvolver cidadãos comprometidos com a sociedade em que estão inseridos, fazendo a diferença, faz parte de nossos princípios como colégio — afirma o vice-diretor, Jorge de Godoy.
-