Acostumados a receber turistas em qualquer época do ano, os parques temáticos em Gramado e Canela, na Serra gaúcha, se adaptavam, nesta segunda-feira (18), ao novo regramento do governo do Estado em relação ao passaporte vacinal, que exige a partir de agora a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19 dos visitantes nestes espaços. Dos cinco locais percorridos pela reportagem, dois não solicitavam a carteira de vacinação na entrada ou durante a compra do ingresso. Dos três que solicitavam, apenas um não pediu a apresentação de um documento com foto, que também é obrigatório, conforme o decreto estadual.
Em Gramado, o parque Salão Super Carros não cobrou o comprovante de vacinação durante o passeio no local. No espaço, um atendente entregou uma pulseira para colocar no braço e depois orientou o acesso por meio de uma catraca. Posteriormente, um segundo funcionário explicou como funcionava o passeio. Ambos responderam que não era necessário apresentar a comprovação da vacinação. Por fim, durante o pagamento do acesso ao espaço, as funcionárias do caixa também não faziam nenhuma exigência sobre a carteira de vacinação.
Um homem que se apresentou como responsável pelo local, mas que não quis se identificar, limitou-se a dizer que o espaço vai aderir ao decreto nos próximos dias e não quis responder aos questionamentos da reportagem e nem se era contra ou a favor da obrigatoriedade. Segundo ele, o espaço ficou fechado durante 90 dias durante os momentos mais críticos da pandemia, com pouca movimentação de turistas.
O Mundo a Vapor, parque temático em Canela, também permitia o acesso dos visitantes sem fazer qualquer questionamento sobre a vacinação contra a covid-19. Segundo o supervisor comercial Paulo Porti dos Reis, a exigência ainda não estava sendo cumprida porque o local ainda não havia concluído o treinamento dos funcionários para o momento da abordagem dos turistas e, caso necessário, não permitir a entrada dos visitantes em caso de não vacinados. Segundo ele, o espaço irá se adequar ao decreto a partir desta terça-feira (19).
— Reconhecemos que já deveríamos estar cobrando a vacinação, mas ainda estamos alinhando internamente. Entendemos ser necessária uma capacitação interna para que não ocorra nenhum tipo de problema com os visitantes— justifica ele.
Em outros três parques, o comprovante era exigido antes da compra do ingresso ou no momento da aquisição do bilhete. No Mini Mundo, um dos parques mais famosos de Gramado, um funcionário orientava os visitantes na entrada do parque e uma placa também informava sobre o regramento. No momento da chegada, o funcionário não cobrou o documento de identificação com foto, que também precisa ser apresentado. Depois de questionado pela reportagem, ele solicitou o documento.
Ele contou também o caso de um casal de 41 anos que tentou visitar o espaço na manhã desta segunda-feira, mas foi impedido porque ambos não estavam vacinados com nenhuma dose. Vale lembrar que, conforme o decreto, quem tem 40 anos ou mais precisa estar com o esquema vacinal completo, ou seja, com as duas doses do imunizante contra o coronavírus ou dose única, se for o caso.
— É regra e estamos cumprindo — comentou.
Quem aproveitava o parque durante a visita da reportagem era o casal Daniela Diniz, 36 anos, e Matheus Baticini, 33. Vindos de São Paulo (SP) e visitando a Serra pela primeira vez, eles aprovaram a exigência do comprovante de vacinação contra a covid-19 durante o passeio na região. Segundo eles, outros parques da Serra exigiam o comprovante no último final de semana. Ambos informaram que estavam imunizados com as duas doses do imunizante.
— É mais seguro para todo mundo e a vacinação é a maneira mais adequada para controlarmos a pandemia e voltarmos à normalidade — disse Daniela.
Nos parques Terra Mágica Florybal e Caracol, em Canela, o documento de identificação com foto foi solicitado pelos atendentes, seja na hora da aferição da temperatura ou durante a compra do ingresso. Nesses locais, segundo os funcionários, também era comum os visitantes não saberem da exigência, mas logo apresentavam o documento de forma online.
No Parque do Caracol, onde a maioria dos guichês era exclusivo para cobrança do ingresso feita dentro do carro, filas e lentidão se formaram de motoristas e passageiros que não tinham o comprovante em mãos.