A escassez e o aumento no preço do aço, que dificultam a produção na indústria da região, impactam também os serviços públicos em Caxias do Sul. A instalação de placas educativas e de preservação ambiental, que são importantes ferramentas de orientação e conscientização da comunidade, está paralisada com a falta no fornecimento das chapas de aço galvanizado — a principal matéria-prima para a confecção desse tipo de sinalização.
De acordo com o diretor de serviços da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Luiz Cesar Vacchi, cerca de 40 solicitações da comunidade para a instalação da placa de “Proibido jogar lixo”, fixada em locais de pouca circulação para evitar o descarte incorreto e ilegal de resíduos, estão aguardando a chegada do material para serem atendidas pela secretaria.
Ainda segundo Vacchi, uma nova licitação para a compra das chapas de aço deve ser aberta nos próximos meses, o que não significa que a matéria-prima estará disponível para o município em breve.
Isso porque duas recentes tentativas de certame para a compra de materiais em aço não foram concluídas. Em maio, a prefeitura pretendia adquirir chapas de aço para as placas de sinalização, mas a licitação foi considerada deserta, ou seja, sem que nenhuma empresa manifestasse interesse em fornecer o material ao município.
— Com o aço mais caro, o orçamento fica comprometido e dificulta a compra do material. Reforçamos a sinalização no mês passado, durante o (programa) Luz, Cor e Flor, e acabamos ficando sem para outras demandas. A maior parte das solicitações é para regiões mais afastadas, em áreas onde não há moradores próximos e que precisamos alertar sobre a necessidade de não jogar lixo de forma irregular. Convivemos também com casos de vandalismo e de furto das placas, que acabam sendo comercializadas ilegalmente — afirma.
Ao presenciar locais com acúmulo de lixo, mesmo sem a presença da sinalização que indica a proibição da prática, a orientação é que a população faça uma denúncia por meio do Alô, Caxias, no telefone 156.
Também neste ano, desta vez para a aquisição de lixeiras de aço para instalação em locais públicos, outra licitação precisou ser cancelada após a única proposta ser 52% acima do valor inicialmente orçado pela secretaria. A estimativa é que 250 lixeiras espalhadas pela cidade estão sem as mínimas condições de uso e que deveriam ser substituídas devido à deterioração.
Outro tipo de material em estudo
Como alternativa ao aço utilizado nas placas, Vacchi afirma que a secretaria estuda adotar outros tipos de materiais. Ele cita como exemplo a fibra de vidro, que é caracterizada pela alta resistência à corrosão, além de ser mais leve e possuir menor valor comercial para evitar furtos.
Outra possibilidade em avaliação, segundo o diretor, é firmar uma parceria com a Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM), que tem um setor específico para a produção das placas de trânsito no município. Neste caso, a secretaria forneceria as chapas de aço e também continuaria produzindo a serigrafia da sinalização, que é a fixação dos adesivos que compõem a comunicação visual do equipamento.
Consultada, a SMTTM informou que possui chapas de aço em estoque e que não sofre com a escassez do material para a sinalização de trânsito na cidade, mas afirmou que também estuda a adoção de outros materiais para a confecção das placas como opção ao aço.