Se a chegada dos imigrantes em Caxias do Sul envolve de pronto uma ação social, de acolhida, de regularização, é o emprego que vai possibilitar que eles se fixem na cidade de forma sustentável e que se desenvolvam. Nesse sentido, a prefeitura tem iniciativas que vão desde a recepção dos recém-chegados e ajuda na obtenção de documentação, a capacitação deles e o encaminhamento ao mercado de trabalho.
O Centro de Informações e Atendimento do Imigrante (Ciai) e o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) atuam na parte documental. A rede de Proteção Social faz o acolhimento nas casas de passagem aos que necessitam de um teto, providenciam roupas e alimentação. Uma parceria do município com o Banco do Vestuário disponibiliza cursos de corte e costura. Tratativas com empresas locais e da região buscam vagas de emprego. Uma das questões pontuadas pelas entidades que atuam junto aos migrantes e pelas próprias empresas que oportunizam vagas de trabalho a eles foi a importância de não apenas inseri-los no mercado formal, mas de possibilitar que se desenvolvam.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Elvio Giani, mais de cem pessoas (a maioria imigrantes senegaleses) que atuam como ambulantes nas ruas centrais foram cadastradas. Eles serão inseridos em um projeto que prevê que o comércio seja regularizado, com emissão de alvarás, e seja feito por meio de bancas móveis em três locais da cidade (os pontos ainda não foram divulgados). Não há data para o início do novo formato, porque depende da aquisição dos toldos, processo em negociação. Em uma segunda etapa, eles devem ser alocados em uma espécie de camelódromo, com boxes individuais em área coberta.
— É um tema difícil e é de Caxias. Não só do comércio ou da prefeitura ou dos imigrantes. Então, temos que construir juntos. Estamos fazendo algo estruturante, por isso demora um pouco mais. Estamos conversando com todas as entidades, expondo as dificuldades e apresentando uma solução. Vamos regrar, disciplinar e, depois, eles vão viver a vida deles, como qualquer outro cidadão que chega em Caxias do Sul. Para isso, temos que fazer essa transição. É a compreensão que a comunidade tem que ter — pondera o gestor público.
Para além desses, um projeto piloto destinará 12 vagas para imigrantes em curso de corte e costura no Banco do Vestuário. A ideia é inserir uma nova turma a cada dois meses. Algumas empresas da região já demonstraram interesse em absorver essa mão de obra e outras doaram os tecidos.
— Uma das questões que temos percebido é a necessidade de eles estarem mais preparados profissionalmente. Conversamos com as empresas para que os treinássemos para que elas os empreguem ou até para que eles se tornem empreendedores individuais — disse Giani.
Em outra iniciativa, uma indústria da área da metalurgia está destinando 20 vagas para imigrantes e se dispõe a capacitá-los para as funções. Há tratativas com mais empresas, segundo o secretário:
— Diante do todo, o que conseguimos temos feito enquanto poder público, que é capacitar, intermediar.