O coronavírus é uma das causas de maior letalidade na história de Caxias do Sul. Ao chegar a 1.003 vítimas desta infecção, a média em 393 dias desde a confirmação do primeiro óbito — em 4 de maio de 2020 —, a cidade contabiliza cinco vidas perdidas para covid-19 a cada 48 horas. Poucas doenças matam tantas pessoas assim, números improváveis para o trânsito e os homicídios somados, por exemplo.
O perfil médio do caxiense mais predisposto a não resistir a essa infecção é homem, na faixa-etária dos 70 aos 79 anos, que representa 28% do total de óbitos. Dado que vem mudando nos últimos meses, com um crescimento latente da população entre 60 e 69 anos, que já chega a 249 vítimas. Não por acaso, a milésima morte registrada no município foi de um homem com 50 anos, representando bem como a variante P.1 pode atingir os mais jovens, enquanto a vacinação reduz o número de idosos vulneráveis aos quadros mais graves.
Em pouco mais de um ano de pandemia, muitas coisas mudaram na nossa rotina. Naquele 4 de maio, quando um caminhoneiro de 69 anos não resistiu ao coronavírus — ele estava fora do Rio Grande do Sul na data, mas contabilizado como morte para o município —, o então prefeito Flávio Cassina decretava que o uso de máscara era obrigatório nas ruas de Caxias. Estávamos na expectativa de aberturas das atividades econômicas, após um recesso de quase 45 dias.
Desde então, evoluímos em muitas coisas. O Pioneiro mostra abaixo como era o cenário em Caxias do Sul e qual era o tema principal a cada centena de mortes que foram ocorrendo no município. Das máscaras à retomada das aulas presenciais, a maior cidade da Serra perdeu um grande contingente de moradores para um vírus ainda fora de controle.