A semana começou marcada pelo impasse na área da educação, que só deve ter resposta concreta na noite desta segunda-feira (26) – após a 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça analisar o recurso do governo do Estado para retomada das aulas em bandeira preta –, também tem manifestações diversas em favor da volta das aulas presenciais. A escola ABC do Reino, que fica no centro de Caxias do Sul, escolheu um restaurante para protestar contra a liminar que proíbe as atividades presenciais durante a vigência da bandeira preta no Rio Grande do Sul.
A ideia surgiu numa troca de mensagens com as diretoras de instituições de ensino infantil. As professoras levaram alguns alunos até o Restaurante Pádova, ao lado da escolinha, para uma aula simbólica — não houve nenhuma atividade, apenas a ocupação temporária do espaço. A intenção foi mostrar que se existem locais com autorização para trabalhar, as instituições de ensino também poderiam receber os alunos.
— Resolvemos fazer esse manifesto para que a sociedade entenda que os nossos prédios não são os vilões da história. Estamos sentindo que somos a corda num cabo de guerra de disputa entre governo e Judiciário — desabafa Thays Guerra de Souza, uma das sócias da escolinha.
A escolinha ABC do Reino manteve as portas abertas nesta segunda-feira, mas não sabe se irá reabrir na terça-feira (27). Vai depender da avaliação do Tribunal de Justiça. Segundo Thays, o domingo foi de muita apreensão com esse impasse judicial sobre a retomada das aulas presenciais.
— Quando começou essa história do vai ou não abrir, ficou muito angustiante. O sono não vem, a preocupação de como vamos lidar, se não conseguirmos abrir as escolas e o que vai acontecer com as crianças que chegaram aqui felizes? Teve aluna que me disse estar num sonho quando chegou — relata.
A expectativa da empresária é de que haja sensibilização do judiciário e as instituições sejam liberadas para regressarem às atividades. A escolinha ABC do Reino trabalha hoje com 22 alunos, de dois a seis anos, o que representa 40% dos alunos que atendia antes da pandemia.