O feriadão de Páscoa com a liberação para o comércio não essencial pelo governo do Estado no sábado representou um pequeno alento para os comerciantes e empresários do trade turístico de Cambará do Sul. Com os dois parques nacionais que dão acesso aos cânions Itaimbezinho e Fortaleza abertos para visitação, a visitação cresceu e permitiu que pousadas, restaurantes e lojas recuperassem parte das perdas significativas que acumulam na pandemia, em especial durante a vigência da bandeira preta do distanciamento controlado.
- Tivemos uma procura muito boa na nossa rede hoteleira, o que reflete em toda a cidade e deixou a todos satisfeitos. Seria muito frustrante a cidade estar com um bom número de visitantes e os comerciantes não poderem trabalhar. Também foi um alívio poder contar com os dois parques novamente abertos, pois Cambará é 100% dependente do turismo e, com os parques fechados, a demanda turística cai 90% - destaca o secretário de Turismo de Cambará do Sul, Tiago Lima.
Enquanto o Parque Nacional da Serra Geral, onde fica o cânion Fortaleza, permanecerá aberto, o secretário ressalta que a partir de hoje o parque Aparados da Serra, onde fica o cânion Itaimbezinho, volta a fechar devido a um problema com a empresa responsável pelo transporte dos funcionários, que enfrenta dificuldades para pagar os trabalhadores. A operação de exceção no feriado foi feita pelo ICMBio - Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade, que administra o parque. Foi a primeira vez que o Aparados abriu desde a retomada do sistema de cogestão com o governo do Estado, em 19 de março:
- O parque só foi aberto por pressão nossa e pela sensibilidade do ICMBio, que é quem regula a operação dos parques e fez esse serviço pontual. O parque volta a fechar sem perspectiva de abrir, mas é claro que nos próximos feriados a gente vai tentar repetir a operação.
A presidente da Associação de Empreendedores Turísticos de Cambará do Sul (Aeturcs), Kelly da Fonseca, avalia que, embora a possibilidade de abrir o comércio e serviços não essenciais tenha sido positiva, a necessidade de fechar às 18h é um entrave. Trata-se de uma obrigação que está acima dos protocolos de cogestão e que, segundo ela, vai contra as necessidades das pessoas que visitam Cambará.
- As localidades têm características diferentes, que não cabem todas num mesmo decreto. Cambará é um destino turístico, em que as pessoas passam o dia nos roteiros de aventura e depois retornam para a cidade. Não pode estar tudo fechado às 18h. Não existe como uma pessoa estar hospedada num local, mas ela não poder sair pra jantar, por exemplo. Queremos uma reabertura um pouco mais racional, que considere que, em municípios como o nosso, o turismo é atividade essencial - lamenta.
Kelly acrescenta que cerca de 300 famílias do município de pouco mais de 6 mil habitantes tiram seu sustento da atividade turística.