O quadro de hospitalizações por coronavírus na macrorregião Caxias do Sul, que envolve 49 municípios da Serra gaúcha, aponta uma queda aparente em praticamente todos os dados. Ainda assim, a curva decrescente não tem a mesma velocidade que apresentou no aumento de casos e atendimentos dos primeiros dias de março, que fizeram com que quase todas as instituições de saúde na região ficassem com sua capacidade ultrapassada.
A cadeia impõe o crescimento de casos, o platô (estabilidade) e, depois, a queda. Só que essa redução no Brasil sempre será mais lenta, quando comparada a outros países que optaram pelo lockdown. Por isso, no país há a tentativa de sair de um platô com taxas recordes em um ano de pandemia para uma curva decrescente. Ainda que exista uma expectativa por bandeira vermelha no Estado, os hospitais seguem cheios de pacientes positivos para o coronavírus. A taxa mais importante, nesse momento, é a da fila de espera por leitos de tratamento crítico, que ainda não zerou, deixando claro que as instituições de saúde não chegaram a um fluxo de normalidade.
— Está reduzindo todos os dias, mas lentamente. Em 20 de março tínhamos 75 pessoas (pico máximo até agora) esperando por leitos de UTI e, no 1º de abril, esse número caiu para 22. Nos últimos 12 dias, a média é de 12 pacientes na lista de espera por leitos. Ainda assim, as UTIs estão lotadas e os hospitais permanecem com pacientes em regime de tratamento intensivo nos prontos-socorros e nos leitos de enfermaria — ressalta a diretora do Departamento de Avaliação, Controle, Regulação e Auditoria (Dacra), Marguit Meneguzzi.
O pior da crise parece ter passado, mas ainda exige atenção e, principalmente, cuidados individuais de pessoas que possam ser vulneráveis ao vírus. Segundo atualizações diárias do governo do Estado, a semana começou com uma redução nas hospitalizações por coronavírus. Até as 17h desta segunda-feira (12), eram 326 pessoas em leitos de enfermaria. Ainda que seja um número considerável, trata-se de uma variação negativa de 16% quando comparada a última semana. Nos leitos de UTI, eram 253 pacientes – diminuição pouco acima de 10%. A fila para tratamento intensivo, segundo divulgação da Secretaria Municipal da Saúde na segunda, era de 18 pessoas — sendo oito para UTI Covid.
A queda ainda é tímida, mas pode servir de alento para a sociedade. Só que está na dependência justamente dela uma queda que equivalente à de dezembro passado. Enquanto a vacinação não avança de forma mais rápida e surjam resultados mais expressivos, somente os cuidados básicos seguem sendo as principais armas para combater o agressivo coronavírus.