O novo nome à frente do Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO/Serra), coronel Alexandre Brite da Silva, falou, em entrevista para o programa Gaúcha Hoje desta sexta-feira (23), quais são os passos da corporação depois da saída do tenente-coronel Jorge Emerson Ribas do 12º Batalhão de Policiamento Militar (12ºBPM), em Caxias do Sul. Ainda não há definição de quem assumirá seu lugar:
— A ideia é que coloquemos um tenente-coronel jovem para já dar encaminhamento à renovação do 12ºBPM.
O comandante ainda reafirmou, como já tinha dito Ribas, que o efetivo em Caxias está abaixo do previsto (hoje são 293 policiais) e que a corporação busca ter pelo menos mais 300 policiais. No entanto, disse que esse não é um problema de Caxias: o Estado está enfrentando queda no efetivo.
— A redução decorre, muito, em função de que muitos servidores policiais militares estão indo para a reserva. Aí é algo que vem acumulando e por isso ocorrendo essa redução de efetivo — explica.
Nos últimos anos, os módulos da Brigada Militar nos bairros Fátima, Santa Fé e Cruzeiro foram fechados. Segundo o coronel, essa diminuição nos postos tem ligação direta com a falta de efetivo.
— Esse modelo de polícia comunitária que estávamos executando segue um modelo japonês, modelo em que o policial está presente quase que 24 horas por dia naquela comunidade. Com essa redução de efetivo, isso se tornou bastante dificultoso. Nós acreditamos que esse modelo precisa ser adaptado a nossa realidade. Claro que qualquer cidadão se sente mais seguro com a presença do policial, só que em lugar nenhum do mundo se coloca um brigadiano em cada esquina. A ideia é usar a estratégia, planejar e empregar esses policiais nos melhores horários e locais. Estamos buscando nesse novo trabalho usar o Batalhão de Choque também. A filosofia de usarmos tropas de choque é algo atual e moderno, Caxias está ganhando com isso.
O comandante aproveitou para falar sobre o aumento das demandas da BM na pandemia:
— A filosofia da polícia comunitária também é uma das filosofias do comando da instituição. A Brigada é para tudo: a comunidade, quando tem um problema, mesmo muitas vezes não sendo um problema de polícia, ela liga para o 190. Então a Brigada dá socorro para todo mundo.
Sobre o aumento no número de assassinatos em cidades como Bento Gonçalves, Vacaria e Canela, Silva afirma que a maioria é tem ligação com tráfico de drogas e é decorrente de brigas entre facções.
— Estamos usando a inteligência e nosso trabalho ostensivo para buscar essa redução. O trabalho está sendo feito pelas forças de segurança, mas não é uma realidade só de Caxias.