As margens da Rota do Sol, em Itati, no Litoral Norte, agora contam com cercas para proteger a fauna da região. A estruturas estão em fase de implantação e têm o objetivo de direcionar os animais para as seis passagens subterrâneas implantadas em novembro e para outras três existentes desde a construção da rodovia.
As ações para proteção da fauna se baseiam em estudos de campo realizados entre 2017 e 2018 por biólogos contratados pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). O levantamento apontou que 90% dos atropelamentos de animais na região envolvem anfíbios e a maior parte das travessias ocorre no período de reprodução. Por isso, as soluções adotadas levam em conta principalmente essas espécies.
— Precisamos instalar barreiras físicas que canalizem os animais para as passagens subterrâneas. O material utilizado na cerca, inclusive, não existe no Brasil. É um material que não permite que o animal suba (escale) — explica o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino.
Na maior parte do trajeto entre a Serra e o Litoral, a Rota do Sol é rodeada por áreas de preservação ambiental. No trecho de Itati, a estrada corta a Reserva Biológica Estadual Mata Paludosa, uma área de Mata Atlântica em que vivem espécies ameaçadas de extinção. Entre elas estão a perereca-castanhola, a perereca-risadinha e a perereca-macaca. Esta última é encontrada apenas em área de Mata Atlântica nos estados de São Paulo e do sul do país.
— A Rota do Sol, na época da construção, foi um marco no segmento ambiental no Brasil, por atravessar a Mata Atlântica — aponta Faustino.
Devido à vulnerabilidade do ponto de vista ambiental, a autorização de operação da Rota do Sol pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está condicionada a um termo de compromisso entre o órgão e o Daer. O documento exige ações que reduzam o impacto ambiental, como a que está em fase de implantação. Outra previsão do acordo é a implantação de um pelotão rodoviário em Tainhas com unidade auxiliar em Terra de Areia.
A estimativa é de que a implantação das cercas esteja finalizada no primeiro trimestre. Em seguida, a área será monitorada por até dois meses para verificar se as soluções apresentam o resultado esperado. Ainda para este ano está prevista a implantação de travessias aéreas no trecho. As estruturas consistem em malhas metálicas fixadas por postes de concreto que darão segurança a espécies que vivem nas copas das árvores. A fixação das telas ainda aguarda liberação orçamentária e a previsão é que seja realizada após a avaliação das medidas já adotadas.