O início do ano é motivo de preocupação para a Vigilância Ambiental em Saúde de Caxias do Sul. Já foram constatados, entre janeiro e os primeiros 15 dias de fevereiro, 20 focos do mosquito da dengue na cidade. O número é pouco mais que três vezes os registros do mesmo período de 2020, com seis casos e que teve 27 focos no total do ano. Dos 20 confirmados em 2021, 13 foram localizados em residências. Os outros em comércios, borracharias, ferros-velhos e terrenos baldios. A grande quantidade presente nas casas é motivo de alerta por parte da médica veterinária da Vigilância, Delvair Zortéa.
— Em anos anteriores apresentávamos os focos presentes em algumas regiões, geralmente na parte norte, mas agora está espalhado pela cidade. Isso significa que ele (o mosquito aedes aegypti) está se adaptando perfeitamente a nossa região, aos nossos bairros e acontece porque tem criadouros potenciais produzidos por nós, população — afirma.
Os focos foram encontrados em maior quantidade em dois bairros: São Luiz da 6ª Légua ( (com quatro: em roda de um brinquedo, em caixa d’água, em pneu e em balde) e Charqueadas (três: em dois pneus e em uma caixa d’água). Outros bairros com pelo menos um foco são: Tijuca, Bela Vista, Santa Fé, Desvio Rizzo, Colina Sorriso, Cruzeiro e Pio X.
O motivo pode ser a falta de cuidados, mas o fato de o verão ser chuvoso também é um complicador.
— Os agentes de endemia, por conta do contágio por coronavírus, estão visitando apenas a área externa dos imóveis. A área interna está por conta do morador. Neste ano, tivemos muitas chuvas. Se houver recipientes que possam desenvolver esse mosquito, aumenta a quantidade de água e formam-se criadouros potenciais — diz.
No ano passado, Caxias teve um caso de morador com dengue contraída no próprio município, chamado autóctone. Significa que a pessoa não obteve a contaminação em viagens a locais de risco, mas que contraiu por criadouros de Caxias. Foi uma mulher, de 40 anos, residente do bairro Petrópolis.
Na Serra, o número de municípios com o mosquito transmissor cresceu quase seis vezes em quatro anos. Dos municípios que estão na primeira lista — Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Garibaldi e Veranópolis —, nenhum deixou de constar como de alto risco para o mosquito que transmite a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus. Conforme o governo do Estado, as secretarias municipais fazem o monitoramento de regiões por meio das chamadas armadilhas, que são pneus instalados em determinados pontos da cidade para verificar se há depósito de larvas. Quando elas são identificadas, os agentes de endemias começam um levantamento em um raio de 300 metros da armadilha. Se uma larva for encontrada, o município já é declarado infestado. No Estado, 396 dos 497 municípios são considerados infestados.
Os municípios infestados na Serra, conforme a Secretaria Estadual de Saúde são: Alto Feliz, Antônio Prado, Bento Gonçalves, Bom Princípio, Canela, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Cotiporã, Farroupilha, Feliz, Flores da Cunha, Garibaldi, Gramado, Guaporé, Ipê, Nova Araçá, Nova Bassano, Nova Petrópolis, Nova Prata, Paraí, Picada Café, São Jorge, São Marcos, União da Serra, Vacaria, Veranópolis, Vila Flores, Vista Alegre do Prata e Protásio Alves.
O telefone para denunciar locais com suspeita de focos do mosquito em Caxias é pelo número 156, da prefeitura.
Dicas de prevenção contra a dengue:
- Evite usar vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
- Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
- Mantenha lixeiras tampadas;
- Mantenha a caixa de água fechada;
- Limpe as calhas;
- Trate a água de piscinas com cloro e limpe-a uma vez por semana;
- Não acumule lixo.
- Deixar ralos limpos e com aplicação de tela.
- Limpar com escova ou bucha os potes de água para animais.
- Retirar água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.