O governo do Estado divulgou o calendário de volta às aulas a partir de 8 de março, mas para a maioria dos municípios da Serra a data será 15 de março, segundo a 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Pelo cronograma do Piratini, o retorno no modelo híbrido de ensino - presencial e à distância -, irá ocorrer de forma escalonada, começando pelos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º). Três dias depois, será a vez dos estudantes dos anos finais (6º ao 9º ano) e, por último, retornam os estudantes dos ensinos Médio e Técnico. O ano letivo se encerra nesta sexta-feira (8) para escolas estaduais na região.
Segundo a coordenadora da 4ª CRE, Viviani Devalle, os professores seguem nas escolas até o próximo dia 30 para efetuar a chamada busca ativa de alunos, que significa contatar aqueles que não entregaram as atividades e nem compareceram aos encontros. No mês de fevereiro, as escolas estarão fechadas, em férias.
— Estamos trabalhando com a realidade dos municípios. Muitos, no ano passado, não tiveram atividades presenciais na escolas e nestes, o retorno será de forma mais escalonada. Em Caxias, a maioria já retornou no ano passado, então já existe uma noção de como proceder. Por isso trabalhamos com a ideia da data do dia 15. Pode haver exceções, mas apenas algumas — afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha Serra, na manhã desta sexta-feira.
De acordo com Viviani, o retorno presencial foi positivo em 2020. Ela garantiu que as escolas estarão em dia com os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
— Nossas escolas estão todas equipadas. Recebemos todos os materiais de licitação de limpeza, máscara, álcool... Para o início do ano letivo, teremos material — garante.
Sobre o quadro de professores, a coordenadora explicou que o processo de inscrições ocorre até o próximo dia 10, de forma online. Depois disso, será realizada a etapa de classificação.
— O ajuste dos quadros faremos até o final deste mês, quando chamaremos os professores para que possamos iniciar o ano letivo com o mínimo de faltas possíveis — afirmou.
Retorno segue controverso
Mesmo com a retomada já ocorrida no ano passado, ainda que com baixa adesão, o retorno às escolas segue sendo questionado pela Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). O presidente Maneco Hassen disse à reportagem nesta sexta-feira que a volta deveria acontecer somente com plena segurança . A entidade irá se reunir na próxima quarta-feira (13) para tratar de diversos assuntos e, entre eles, a volta às aulas. Até o momento, a orientação é de que os municípios não efetivem o retorno presencial.
— Teremos a primeira assembleia do ano e iremos debater. Mas, em princípio, o posicionamento é o do ano passado. A recomendação é para que os municípios não voltem a não ser que a situação (de contágio) melhore até março — diz.
Já a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesme) é favorável à retomada. O presidente José Carlos Breda defende a volta em alguns dias da semana.
— Sou a favor de aula presencial, mas com modelo misto, duas ou três vezes na semana. É mais adequado. O problema, na verdade, são alunos que enfrentam problemas sociais e familiares. Eles acabam não entregando trabalhos e não participam das aulas. Se perde nesse ponto. Mas o que tem que ser feito é um trabalho de convencimento — considera.
Na rede municipal de ensino, Caxias do Sul não retomou aulas nas escolas em 2020. Os colégios estaduais voltaram, mas com baixa presença de alunos. Os estudantes que optaram por ficar em casa retiravam materiais impressos direto nas escolas para entrega posterior das atividades. A volta às aulas ocorrerá em 19 de fevereiro no município.