Idosos, funcionários e voluntários ainda sofrem com o trauma deixado por um surto de covid-19 no mês passado no Lar da Velhice São Francisco de Assis, em Caxias do Sul. Conforme a Secretaria Municipal da Saúde, foram 11 mortos em decorrência da doença. Dois seguem internados, inclusive um em estado grave. Passado o período de isolamento, a casa tem menos moradores, mas também com menos doações e maior necessidade de recursos. Por isso, mesmo com as contas equilibradas, a gestão do lar projeta um período mais difícil nos próximos meses e pede a colaboração da comunidade para manter a estrutura que hoje atende a 56 moradores.
A quantidade de idosos não deve aumentar até porque um acordo determinou que novos moradores só poderão ser encaminhados pelo Ministério Público, Fundação de Assistência Social ou Poder Judiciário. No entanto, segundo a presidente do Lar, Analice Carrer, os gastos aumentaram. Durante o período do surto, como funcionários tiveram que ficar afastados, uma empresa terceirizada foi contratada para garantir o atendimento dos moradores. Além disso, a pandemia trouxe despesas com remédios que ajudam na imunidade dos idosos e com Equipamentos de Proteção Individual antes usados em menor escala. Analice conta que, desde março, ocorre a diminuição de doações por parte de pessoas que passaram a temer a entrada no prédio, mas ela garante que o imóvel está totalmente higienizado e que o espaço para a entrega de doações está separado de outras áreas.
Entre as necessidades, estão produtos que passaram a ser exigidos com maior frequência depois da pandemia, como luvas de procedimentos e desinfetantes. Além disso, fraldas adultas e alimentos são bem-vindos. Em relação à comida, somam-se aos componentes da cesta básica os produtos que permitem aos idosos com restrições alimentares saborear doces, como a linha de forno e fogão para dietas sem açúcar. Quem quiser também pode colaborar com doações em dinheiro (confira abaixo as contas).
A preocupação com uma vida equilibrada, ainda que muitos idosos estejam com a saúde enfraquecida, é constante de funcionários e voluntários. Nesse processo de luto, uma das prioridades tem sido em oferecer suporte psicológico. A volta ao convívio com atividades ao ar livre, depois do isolamento em quartos, causa emoção à Analice Carrer. Ela conta que o processo de despedida em meio à pandemia foi doloroso para os idosos:
— Quando parte alguém deles, parece que parte um irmão — descreve.
O quadro de funcionários da casa inclui 72 empregados. Além do corpo técnico de convívio diário, existe o apoio de psicólogo, médico, assistente social, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
— Além de suprir eles na necessidade física, eles têm muita ligação afetiva, de muito amor — destaca a presidente do lar.
Para garantir o bem-estar dos idosos, a rotina da casa começa cedo: por volta das 5h, iniciam-se os banhos. O dia segue com os cuidados para garantir a saúde integral, com a entrega dos remédios de forma a usá-los corretamente, horários definidos para refeições e lanches, atividades de convívio e lazer. Por volta das 19h, os idosos já se encaminham para os quartos. Uma das novidades da pandemia é o uso de máscaras: agora, todos são obrigados a ficar com elas permanentemente como medida de segurança contra o coronavírus.
Como doar dinheiro:
Lar da Velhice São Francisco:
CNPJ: 88.663.604/0001-69
Banrisul
Agência: 0180
Conta Corrente: 06.0069950-6
Bradesco
Agência: 0269
Conta Corrente: 17427-0
Banco do Brasil
Agência: 0089-2
Conta Corrente: 6310-X
Como procurar o lar:
Telefone: (54) 3225-1677
Endereço: Rua Antônio Pierucini, 85, bairro Marechal Floriano, Caxias do Su