A expectativa de que o movimento na Rota Sol em direção ao Litoral Norte se intensificasse na véspera do Natal se confirmou. Na tarde desta quinta-feira (24), a média de veículos por minuto ficou em torno de 17, seis a mais do que na tarde anterior. Mesmo assim, o trânsito fluiu tranquilamente durante todo o dia. Isso porque essa é considerada uma média baixa pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar. Uma média alta seria de cerca de 30 veículos por minuto.
O motorista Eliandro Bertin, 32 anos, seguia em direção a Torres, no Litoral Norte, por volta das 15h, com a mulher e o filho. Eles deram uma parada em um restaurante, que fica no trevo de Lajeado Grande, distrito de São Francisco de Paula, apenas para pegar água e seguiram viagem.
Ele conta que o pai tem casa na cidade litorânea e eles vão todos os anos na véspera do Natal para lá e ficam até depois do Reveillon. No bagageiro, as bicicletas dele e da mulher. Eliandro achou o movimento menor na rodovia:
- Pelo que eu notei, está menor. Está fluindo bem. Está bom.
Comerciante que tem estabelcimento na margem da rodovia, Roberta Berti Barcarolo, 44 anos, também disse que o movimento foi baixo nesta véspera de feriadão de Natal.
- O movimento na estrada seria uma fila contínua, com um carro atrás do outro, e não há movimento. Pela experiência que temos, para o Ano Novo vai dar um pouco mais de movimento porque o pessoal jovem vai para a praia, mas não vai se aproximar ao movimento dos outros anos. É uma crise financeira aliada à preocupação com a pandemia - acredita.
Mas os dados do Comando Rodoviário da Brigada Militar apontam que essa é só uma percepção das pessoas. Em 2019, a contagem até as 16h era de que 4,5 mil veículos tinham passado pela RS-486, continuidade da RS-453, até a BR-101. Neste ano, no mesmo período de tempo, foram 6,9 mil veículos. Na verdade, isso reflete um aumento no fluxo de cerca de 55%. Segundo o comandante do 3° Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, major Rafael Tiarajú de Oliveira, uma possível explicação para essa percepção pode ser a diluição do movimento ao longo dos dias. Ou seja, não houve, até o momento, concentração de motoristas saindo em viagem no mesmo horário.
Ele explica que em uma rodovia como a Rota do Sol, que não tem posto de pedágio no trecho entre Caxias do Sul e a BR-101, a contagem é feita da seguinte forma: os policiais contabilizam o número de carros por um minuto. Esperam alguns minutos e contam de novo. Depois de mais um intervalo, nova contagem. Então, é feita a média de veículos por minuto e multiplicada por 60 para chegar ao total da hora. Os dados são informados pelo Comando Rodoviário após a contagem de cada hora cheia.
- As pessoas podem estar condicionadas em função da pandemia.
Sem divulgar números, conforme o major, o efetivo neste ano é o mesmo do ano passado. A fiscalização na Rota do Sol é mais voltada para ocorrências de excesso de velocidade e ultrapassagem em locais proibidos.
- Esses são dois fatores que agravam muito os acidentes quando acontecem. As ultrapassagens acabam causando colisões frontais que acabam sendo acidentes de muita gravidade. E se a velocidade for baixa o acidente tende a ser de menor monta.
A fiscalização é feita por meio de radares móveis. Os policiais ficam em trechos sinalizados com placas indicativas de velocidade permitida, apontados em estudo em conjunto com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Os locais são divulgados no site do Comando Rodoviário, atendendo a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de setembro deste ano.