Dados do governo federal sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) mostram que 45% dos pacientes de Caxias do Sul com a doença na metade de novembro testaram positivo para a covid-19. Os números foram colhidos e computados pelo cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, que coordena na Rede Análise Covid-19. Para chegar ao resultado, ele calculou a chamada positividade, que divide o número de exames positivos pelo número total de testes.
O gráfico mostra um cenário variando até 10% de positividade entre março e meados de maio, quando começa a crescer exponencialmente até alcançar um pico no final do quinto mês do ano, chegando próximo aos 40%. Depois, uma leve queda ocorre ainda em maio, mas os números voltam a crescer rapidamente e até agora não ficaram mais abaixo dos 30%, chegando até a 55% em momentos de pico, como em determinados períodos de julho, agosto e setembro.
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A reportagem também vem acompanhando desde o início de novembro a positividade entre a partir de dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde. Nesse caso, estão computados todos os testes, não só o RT-PCR, que é o capaz de identificar quando a pessoa está com a doença no momento da coleta do exame. A média móvel, feita por Schrarstzhaupt a pedido da reportagem, ficou próxima dos 30% a 40% desde o dia 9 de novembro.
Esse índice tem sido utilizado para balizar ações de governo em Nova York. Para se ter uma ideia, a cidade fechou as escolas ao obter 3% de positividade por uma semana. De acordo com Schrarstzhaupt, os dados registrados em Caxias não ajudam no controle da pandemia, porque, para isso ocorrer, há necessidade de aumento da testagem.
Outros dados colhidos pelo cientista apontam ainda que, em meados de novembro, havia 245 testes RT-PCR de pacientes com SRAG aguardando resultados em Caxias do Sul. O penúltimo mês do ano teve um pico desses exames nessas condições.
— Teve um pico agora. Logo, indica que tem um pico de SRAG acontecendo — explica Schrarstzhaupt.
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