Após um hiato de três anos, a campanha Natal sem Fome, da ONG Ação Cidadania, foi retomada no país. Provocado pela retração da economia – um dos efeitos da pandemia –, o agravamento da falta de alimentos fez com que a campanha voltasse à ativa. A edição deste ano tem como tema "Quem tem fome, tem pressa" e a expectativa é arrecadar, até dezembro, mais de R$ 10 milhões para o combate à fome.
Em Caxias do Sul, a ideia é beneficiar em torno de 3 mil famílias. Entre os pontos de coleta estão a Câmara de Vereadores, a Farmácia do Ipam e o estacionamento do Shopping Prataviera. As doações podem ser realizadas até o dia 20 de dezembro.
Desde sua primeira edição, em 1994, o Natal sem Fome já doou mais de 32 milhões de quilos de alimentos, alcançando 20 milhões de pessoas nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. Conforme a organização, a arrecadação ainda é insuficiente para suprir a demanda do país, uma vez que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há cerca de 80 milhões de brasileiros vivendo com algum grau de insegurança alimentar.
Ameaça de voltar ao Mapa da Fome motiva iniciativas
Em maio, o economista Daniel Balaban, chefe do escritório brasileiro do Programa Mundial de Alimentos da ONU, chegou a afirmar que a pandemia e as consequências dela para a economia poderiam fazer com que o Brasil voltasse a integrar o Mapa da Fome, classificação que elenca países com mais de 5% da população em pobreza extrema. O país havia saído do mapa em 2014.