Na manhã de um Sete de Setembro cinzento, de chuva fina e com neblina cobrindo a cidade, Edivalso Avrela faleceu. Aos 69 anos, morreu de parada cardiorrespiratória, deixando a esposa Claudia Avrela e os filhos Paola e Jardel. Os pais de Edivalso eram Avelino Manoel Avrela e Angelina Avrela. Ao todo, o casal teve 14 filhos. Seu pai ficou conhecido como o corretor de imóveis que vendeu boa parte dos terrenos no Cruzeiro,em Caxias do Sul.
Erni, irmão de Edivalso, relata que a família é oriunda de Vila Oliva, no interior de Caxias. Há 64 anos, foram morar no Cruzeiro, quando Edivalso tinha 5 anos e, Erni, 10.
— Meu irmão era uma pessoa boa, estava sempre disposto a ajudar a todos — conta Erni, 74.
Edivalso trabalhou como motorista da RBS Caxias, por 25 anos. Unânime entre os colegas a lembrança de que não havia e _ não haverá _ assador de churrasco como ele. Além da habilidade reconhecida, sabia o ponto da carne preferida de alguns desses colegas.
A jornalista Juliana Bevilaqua guardará na memória afetiva a primeira conversa que teve com Edivalso.
— Ele me perguntou se eu era parente da Luiza Bevilaqua. Ela era a minha bisa. Daí ele me contou que quando criança comprava picolé dela e eu nem tive a chance de conhecê-la.
Apesar do trânsito caxiense nem sempre ser afável, Edivalso conduzia sempre com tranquilidade.
— Em qualquer pauta, assim que parávamos o carro, ele imediatamente descia e muitas vezes puxava conversa com alguém, o que não raro, também contribuía para as reportagens— recorda o jornalista André Fiedler.
O sobrinho Paulo Avrela, que chegou a trabalhar também como motorista do Grupo RBS, em Caxias, conta que não havia melhor pessoa para contar uma piada do que o seu tio, inclusive envolvendo os amigos nas brincadeiras.
— Ele sempre foi brincalhão, mas também falava com ternura ao se referir à esposa Claudinha. Vai deixar saudade — revela Andreia Fontana, gerente de jornalismo da RBS Caxias.