Municípios da Serra enfrentam dificuldades com o programa Testar RS, que tem o objetivo de ampliar a testagem de pacientes com suspeita de coronavírus. A primeira e segunda etapas, voltadas a profissionais da saúde e idosos, começaram em julho e, agora, a terceira etapa é para pacientes com síndrome respiratória. No entanto, a demora nos resultados fez Vacaria, por exemplo, suspender a aplicação dos testes. Já em Caxias do Sul, a Secretaria Municipal da Saúde relata que ainda aguarda os protocolos que devem ser adotados e também a destinação dos kits.
O secretário da Saúde de Vacaria, Marcio Tramontina, afirma que há casos de demora de 12 dias para obter o resultado. Segundo ele, o planejamento do Estado era disponibilizar até 40 testes por dia para a cidade, mas o problema enfrentado fez a prefeitura suspender o processo. Para ele, o prazo máximo de retorno tem de ser de três dias.
— A gente está tentando adaptar esse projeto para a nossa realidade. Tem que ser discutido com o Estado sobre como a gente vai fazer para otimizar esse projeto, para que os testes tenham um tempo mínimo de espera, para que os testes cheguem aqui para a gente realizar as coletas e que a gente monte um protocolo em cima da realidade e não em cima de um projeto que foi lançado e que talvez não tenha a estrutura toda necessária.
Outra cidade que enfrenta o problema é Farroupilha. A secretária da Saúde, Vanessa Zardo, relata que a demora de retorno dos testes é 7 a 10 dias. A titular da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, Tatiane Misturini Fiorio, afirma que os testes são enviados para laboratórios de outros Estados e, por isso, houve implicação de condições logísticas:
— Os testes vão por transporte aéreo, então tem que ter acondicionamento, identificação. A gente teve um problema também com um laboratório habilitado para fazer esses exames; eles tiveram que trocar de sede. Então, a gente ficou uns três dias sem eles conseguirem receber as amostras. Então, a gente teve alguns entraves que acarretaram em alguns dias de atraso nos exames, por causa dessa organização. À medida que vai se ‘azeitando’ essa logística, isso tende a cada dia melhorar.
Segundo ela, uma central da 5ª CRS trabalha na distribuição dos testes. Não há uma definição exata de quantos exames irão para cada cidade. Uma das que aguarda a chegada dos kits é Caxias do Sul. Conforme o secretário da Saúde, Jorge Olavo Hanh Castro, o município também espera o protocolo estadual para depois definir onde ocorrerá a aplicação dos testes.
Já Bento Gonçalves recebeu 200 kits e deve começar o uso entre esta quarta (12) e quinta-feira (13), de acordo com o coordenador médico da Secretaria Municipal da Saúde, Marco Antônio Ebert. A retirada ocorreu na terça-feira (11) e, nesta manhã, é feita a organização dos procedimentos para aplicação dos testes. Segundo o coordenador médico, será um adicional importante para reforçar o acompanhamento dos casos na cidade:
— Já estávamos fazendo, mas com uma limitação bastante grande. Ele era utilizado mais para pacientes com quadro mais grave, necessitavam de isolamento, internação ou encaminhamento para o hospital, e também em alguns funcionários — conta.
Os testes disponibilizados são os PCR, que verificam se o paciente está com o coronavírus no momento. O Estado adotou o critério de fornecer os kits para testagem de pacientes com síndrome respiratória para os municípios acima de 40 mil habitantes com maior incidência acumulativa de casos confirmados de covid-19.