A Serra registrou sete mortes por acidentes com máquinas agrícolas no interior neste ano. O número representa um aumento substancial em relação a todo o ano passado, quando foram dois casos. O mais recente na região foi em Caxias do Sul: Luiz Alberto Suzin, 64 anos, morreu após perder o controle do trator que conduzia e cair em uma ribanceira, na localidade de Boca da Serra, na terça-feira (18).
Com quatro mortes neste tipo de acidente, o maior município da Serra é o que concentra mais casos em 2020. Chama a atenção o fato de que no ano passado a cidade não teve nenhuma morte relacionada a máquinas agrícolas. Outros dois acidentes com mortes na região foram registrados em Flores da Cunha e um em Nova Petrópolis. Os dados são do Cerest/Serra, um serviço especializado e multiprofissional na área da saúde do trabalhador ligado. O secretário da Agricultura de Caxias, Valmir Susin, avalia a situação como preocupante:
— O trator não é um carro, o trator é uma máquina — diz, ao explicar que muitos acidentes ocorrem devido à operação de maneira incorreta.
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Segundo o secretário, a pandemia inviabilizou a realização de atividades junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece cursos gratuitos sobre a forma segura de usar as máquinas. Além dessa possibilidade, fornecedores de tratores e colheitadeiras agrícolas também oferecem treinamento aos clientes. É isso que garante o diretor do setor de Máquinas Agrícolas do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Rio Grande do Sul (Sincodiv), Roberto Saldanha. Para ele, esse processo faz com que os usuários das máquinas agrícolas sejam os mais bem treinados entre os que adquirem produtos de empresas representadas pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o que inclui carros, ônibus, motos e caminhões, por exemplo:
— Seguramente, trator é o mais seguro deles porque nós fazemos uma entrega técnica na propriedade, que isso envolve normalmente quase um turno inteiro, onde é feita a demonstração de todos os itens de funcionalidade na propriedade. Por exemplo, o trator tem um cinto de segurança e só pode andar uma pessoa por vez.
Saldanha afirma que a legislação brasileira se consolidou a partir de 2009 para garantir que as máquinas contassem com itens de proteção, como cinto e arco de segurança, além de sistema de pisca e sinalizador sonoro para ré. Segundo ele, uma das dificuldades enfrentadas é que boa parte da frota é mais antiga que isso.
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