Se o relógio que fica em frente à Igreja Matriz São Pedro, em Gramado, estivesse funcionando, ele marcaria 15h02min, quando o termômetro de rua registrava 31ºC, neste sábado (29). No entorno do relógio, muitas pessoas circulavam a pé pela calçada da praça e de carro pela Avenida Borges de Medeiros. Aliás, teve uma espécie de barreira sanitária na entrada do município, mas nem todos os veículos eram abordados.
Na Rua Coberta, os restaurantes estavam com todas as mesas da parte externa ocupadas. Não havia clientes em pé, como foi flagrado na semana passada, mas em alguns estabelecimentos era visível que as mesas não tinham o distanciamento indicado pelos protocolos do distanciamento controlado.
Na fila para andar de bondinho, estavam os paulistas Robson Jesus e Lidia Araújo, ambos de 32 anos. Eles chegaram na cidade na manhã deste sábado e, à tarde, iam fazer o tour até o Lago Negro.
– Primeira vez – disse Lidia.
Ao que Robson completou:
– Sensacional aqui. A gente tinha planejado a viagem desde março, porém, devido à pandemia, postergamos para agosto.
Eles acharam cheia a cidade, mas estavam gostando muito. Só faltou o frio.
– A gente queria, né?! – declarou Lidia.
Junto deles, estava Paula Luana dos Santos Araújo, 26, que os encontrou no aeroporto. Ela foi ainda mais categórica:
– Vim do Mato Grosso, 40ºC, atrás de frio.
O destino dos turistas, o Lago Negro, é outro ponto turístico do município e também estava cheio. O gramado parecia ter sido loteado entre as famílias, que aproveitavam as áreas de sombra para fazer piquenique, tomar chimarrão ou apenas relaxar. Na pista, no entorno do lago, pessoas caminhando e andando de bicicleta. Na água, muitos pedalinhos.
Mesmo atrações como o Minimundo, que tem custo de ingresso, tinha bom público na tarde de sábado. A diferença é que o tipo de atrativo faz com que haja um fluxo das pessoas que acabam circulando pelos caminhos, não gerando aglomerações. Apenas aquela paradinha para a foto. Os cuidados estavam na medição de temperatura na entrada, no totem de álcool em gel no acesso e na saída e na higienização dos corrimãos.
A Patrícia da Silva Santos, 34 anos, e a família – a filha Lavínia Pisoni, 6, o marido, José Luiz Pisoni, 39, e os pais dele, Agostinho Pisoni, 65, e Rosane Moro Pisoni, 64 – aproveitaram a ida a Gramado para a inauguração de uma loja e foram visitar o Minimundo. Eles são de Osório, no Litoral Norte.
– Fazia tempo que a gente não saía (de casa) e resolvemos aproveitar o final de semana bonito. Esta é a primeira vez, neste ano, que estamos vindo. Antes da pandemia, sempre vínhamos – comentou Patrícia.
De acordo com o Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares, Parques, Museus e Similares da Região das Hortênsias (Sindtur), este final de semana está mais tranquilo que o anterior, quando dois restaurantes foram interditados pela Vigilância Sanitária do município por excederem o número de clientes, descumprindo os decretos municipal e estadual quanto à lotação permitida para os estabelecimentos.
– Mesmo assim, boa parte dos hotéis e pousadas vão atingir os 50% permitidos – disse o presidente da entidade, Mauro Salles.
Sem dar detalhes, Salles adiantou que o Sindtur está desenvolvendo um sistema que apontará uma média de ocupação de hospedagem passada, presente e futura e que a coleta de dados será automática. A previsão é que o sistema esteja operando em até 60 dias, ou seja, na última dezena de outubro, quando ocorre a abertura do Natal Luz.