Uma das etapas mais importantes para a construção do novo aeroporto de Caxias do Sul, a desapropriação da área, em Vila Oliva, está prestes a ser concluída. A Caixa Econômica Federal (CEF) disponibilizou, no fim da semana passada, o empréstimo de R$ 30 milhões para o pagamento das indenizações. Com a autorização, falta apenas o município transferir os recursos aos proprietários e obter a posse dos terrenos, que somam 445,5 hectares.
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Conforme o secretário de Gestão e Finanças de Caxias, Paulo Dahmer, a prefeitura aguarda apenas o dinheiro entrar na conta do município para realizar o pagamento.
— Já está na conta da Caixa. Assim que for repassado para o município vamos transferir para as contas dos proprietários. Provavelmente aconteça nesta semana — projeta.
Ao todo, serão 11 áreas desapropriadas ao custo de R$ 20,6 milhões. Os valores eram negociados entre a prefeitura e os proprietários desde o ano passado. De acordo com o secretário de Planejamento, Adivandro Rech, não houve discordâncias durante as conversas. Ainda assim, o município optou por ingressar com uma ação na Justiça para acelerar os trâmites.
— Uma das áreas está em processo de inventário e, se fosse pela forma tradicional, teríamos que aguardar a conclusão. Com o processo, o município faz o depósito e o Judiciário dá a emissão de posse — explica.
Assim que obtiver o termo de posse, o que Rech acredita que ocorrerá em até 30 dias, o município já poderá realizar intervenções na área. No entanto, não estão previstas obras tão cedo, já que ainda há etapas a serem cumpridas antes do início da construção. O máximo que pode ocorrer é a necessidade de medições ou estudos para elaboração dos projetos.
— Em tese, com a emissão de posse, os proprietários teriam que sair, mas não vamos mexer na área nos próximos 30 dias — revela.
O pagamento ocorrerá em duas fases, sendo R$ 19 milhões na primeira e o R$ 1,6 milhão restante na sequência. O motivo é necessidade de revisão das medições de um dos terrenos para confirmar o valor negociado. Já os R$ 9,4 milhões restantes devem ser utilizados para outras obras, que ainda não estão definidas.
A obtenção do empréstimo encerra um debate que já dura pelo menos seis anos a respeito da responsabilidade das desapropriações. Em 2014, o governo do Estado assinou um termo se comprometendo a arcar com os valores. De lá para cá, não houve mais uma sinalização clara por parte do Piratini, cuja falta de recursos se agravou nos último anos. No ano passado, o município decidiu então contratar um empréstimo para garantir a posse da área. A lei autorizando a transação, aprovada pela Câmara de Vereadores, foi sancionada no dia 26 de dezembro do ano passado. Desde então, a concessão do crédito era analisada pela Caixa Econômica Federal.
O próximo passo é o lançamento da licitação para contratar os projetos executivos do aeroporto. A expectativa, segundo Adivandro Rech, é que o edital seja publicado ainda em setembro. Para isso, é necessário aguardar a audiência pública que debaterá a licença ambiental, marcada para o dia 15, às 19h. O debate será online devido à pandemia.
A elaboração dos projetos levará meses, mas como eles serão realizados em etapas, não é necessário aguardar todos serem concluídos. Por isso, o edital para a execução da obra está previsto para ser publicado em 2021. O governo federal já reservou R$ 200 milhões para as obras e os projetos.