Apesar de estar autorizada pelo Estado a adotar as normas da bandeira laranja, a prefeitura de Vila Flores decidiu que o município permanecerá, nesta terça-feira (4), com as regras da bandeira vermelha, que são mais rígidas e não permitem o funcionamento do comércio e serviços não essenciais. A situação voltará a ser avaliada no fim da tarde pelo comitê de crise, que analisa o cenário de evolução da doença na cidade.
Conforme o prefeito Vilmor Carbonera (DEM), é a análise que o comitê fará em relação aos dados sobre a covid-19 que vai permitir ou não o enquadramento na bandeira laranja. Caso não haja uma previsão de melhora nos próximos dias, a prefeitura manterá a bandeira vermelha.
O município de pouco mais de três mil habitantes tem 55 casos confirmados e uma morte, que ocorreu no final de semana. A primeira confirmação ocorreu ainda em 26 de março, mas a preocupação da administração municipal se dá pelo aumento de contaminados nas últimas semanas.
Um alto percentual da população da cidade está no grupo de maior risco para a covid-19. Cerca de 30% dos habitantes de Vila Flores são idosos. Além disso, Carbonera afirma que o fato de Vila Flores ter uma ligação forte com cidades maiores, como Nova Prata e Veranópolis, é outro fator que coloca o município em alerta:
— É para manter o povo motivado a usar EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), fazer o isolamento, usar máscara, se cuidar. Por isso, estamos segurando um pouco. Pouco não, bastante — afirma o prefeito.
O prefeito garante que tem um bom entendimento dos setores econômicos da cidade, o que facilita a operação da bandeira vermelha. A decisão de Carbonera de manter o município por, ao menos, mais um dia com as regras mais rígidas é uma exceção na Serra. Os gestores municipais da região têm trabalhado ativamente para garantir normas mais brandas e chegaram a propor uma bandeira intermediária entre a laranja e a vermelha ao Governo do Estado.
A participação dos municípios na tomada de decisões sobre medidas de contenção da doença é defendida fortemente pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), que participa de uma reunião sobre o assunto com outras entidades e o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), na manhã desta terça-feira.
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