Os representantes do comércio em Caxias do Sul seguem aflitos com mais um anúncio de pré-classificação de bandeira vermelha para a região, que irá resultar na continuidade do fechamento dos estabelecimentos. As principais reclamações são a presença de ambulantes em frente as portas das lojas, a liberação total para funcionamento de redes de supermercados que vendem produtos não-alimentícios e as trocas constantes de bandeiras. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) em Caxias, Renato Corso, concedeu entrevista ao programa Gaúcha Hoje da rádio Gaúcha Serra nesta segunda-feira (20).
— Estamos indignados! Todo o comércio é essencial e fechar não é mais a solução. Enquanto fechamos, todos os grandes supermercados estão vendendo de tudo, até cama, mesa e banho. Está sem critérios! Quem está ocupando os espaços em frente às lojas são os ambulantes, com produtos que não sabemos de onde vem — afirma.
Questionado sobre faltar fiscalização da prefeitura, Corso admite o problema e afirma que a CDL é cobrada diariamente sobre o assunto.
— Somos cobrados. Cresceu muito, está tomando conta. Queremos achar emprego pra eles e não só retirá-los. Tenho certeza que não querem ficar no frio, na chuva — afirma.
Outro problema apontado é de produtos característicos de lojas serem vendidos em redes de supermercados. Além disso, o presidente questiona o fato de outros locais estarem abertos normalmente, inclusive, espaços onde já foram constatados focos de coronavírus.
— Mercados, lotéricas, bancos e no caso de Caxias teve feira do agricultor, feira do peixe, feira do vinho, estão todos abertos. Vamos ter até um Gre-Nal, que é um verdadeiro absurdo, além do Ca-Ju. Não estamos entendendo os critérios! — diz.
O comércio esteve fechado o total de 41 dias desde o início da pandemia em momentos diferentes. Conforme Corso, o prejuízo diário é de cerca de R$ 3,3 milhões para o setor. Segundo Corso, entidades como CDL e CIC de Caxias pedem um encontro presencial com o governador Eduardo Leite.
— Também temos que salvar empresas e empregos — defende.
Uma correspondência assinada pelas principais entidades e Caxias foi enviada ao Palácio Piratini na semana passada com a proposta de mudanças no sistema de distanciamento controlado. Na correspondência, ficou acertado que a reunião presencial com o governador será agendada pelos deputados estaduais da região e que, quando marcada, terá como representante do grupo o prefeito de Caxias, Flávio Cassina.
A classificação de bandeira vermelha é reavaliada pelo governo do estado que anuncia, nesta segunda-feira (20), se a região da Serra seguirá na cor de alto risco ou se retornará à classificação laranja.