Pessoas que doam sangue no Hemocentro Regional de Caxias (Hemocs) poderão autorizar a realização de teste para detectar se já contraíram covid-19 e adquiriram imunidade ao vírus. Caso se confirme, o doador será contatado para ser mais um candidato a participar das coletas de plasma convalescente. Com o componente do sangue de alguém recuperado, é possível repassar os anticorpos para pacientes em estado grave por meio de uma transfusão.
— Todos que fizerem a doação de sangue terão o exame sorológico para ver se são IgG positivo. Sendo, o Hemocs entra em contato para pedir se ele aceita ser doador de plasma convalescente, tendo em vista o aumento da procura por esse tratamento. É a maneira que pensamos para conseguir aumentar o banco de doadores — diz o diretor-geral da Secretaria Municipal da Saúde, Mario Tadeucci.
As regras seguem as mesmas para os candidatos à doação de plasma convalescente. Entre elas, ser homem e estar recuperado há mais de 28 dias. O Hemocs recebe cerca de 900 pessoas para doar sangue a cada mês. Sobre os interessados em doar o plasma, foram cerca de 80 candidatos de 22 de maio a 18 de julho, mas apenas em torno de 15 pessoas efetivaram a doação. Por isso, há falta de plasma nos estoques. Um dos principais entraves está nos pré-requisitos, que atestam a qualidade do sangue. Depois disso, precisa acontecer compatibilidade com o receptor.
Até a manhã desta segunda-feira, foram realizadas 18 transfusões de plasma a pacientes com coronavírus, todas no Hospital Virvi Ramos. A maioria apresentou melhora clínica e três deles tiveram alta hospitalar. A diretora executiva do hospital, Cleciane Simsen, deixou a UTI no último dia 23, uma semana depois de receber o procedimento, fruto de um experimento pioneiro de tratamento no Rio Grande do Sul.