Depois de ficarem fechados por dois domingos, os mercados de Caxias do Sul estão de novo autorizados a funcionar diariamente. A medida, estabelecida por decreto municipal desta quinta-feira (9), divide opiniões de consumidores da cidade. A reportagem circulou pelo Centro na manhã desta sexta-feira (10) e, de nove consultados, cinco disseram ser contrários ao funcionamento dos mercados aos domingos, enquanto quatro se posicionaram de maneira favorável à abertura.
Entre os argumentos a favor das vendas aos domingos, estão a necessidade de algumas famílias de realizarem as compras nesse dia, as perdas financeiras de mercados de menor porte e até o entendimento de que aglomerações se formam em outros dias da semana. São posicionamentos semelhantes aos usados pelo Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) para solicitar à administração municipal a reabertura diária.
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— Deve abrir com a população respeitando. O mercado é necessário abrir, mas os funcionários também têm de ser cuidados — comenta o soldador Tarci Juliano Machado, 36 anos, que eventualmente precisa frequentar os estabelecimentos do setor aos domingos.
Morador de Garibaldi, o vendedor Luiz Pisoni, 56, costuma frequentar Caxias do Sul por causa do trabalho:
— Sou extremamente contra (o fechamento), porque quando tu restringes, tu acumula em outros dias — afirma.
No entanto, a preocupação com o avanço da pandemia faz com que o tema cause discordância. Para quem é contra o funcionamento dos mercados aos domingos, esse dia poderia ser aproveitado para fazer higienização dos espaços e para garantir menor exposição dos funcionários ao risco. A percepção é de que as famílias também poderiam se organizar para garantir que não ocorressem aglomerações.
— Eles (mercados) poderiam ficar fechados aos domingos. Isso só acrescentaria para conseguir controlar essa pandemia. Eu acho que todo o cidadão consegue se organizar durante a semana com suas compras. Esse dia de domingo, o pessoal pode ficar em casa. Nos mercados, tenho visto famílias inteiras indo às compras. Então, esse decreto, diminuindo uma pessoa por família, acho que vai ser bem interessante para esse combate à pandeia — considera artesã Daiane Silva do Nascimento, 37.
A auxiliar de saúde bucal Rosilei Ferreira, 43, também se posiciona a favor do fechamento aos domingos. Para ela, esta seria uma oportunidade para os mercados fazerem o trabalho preventivo ao coronavírus, ao mesmo tempo em que os funcionários teriam a possibilidade de ficar com as famílias em meio à pandemia:
— Deveriam ficar fechados porque eles também têm o direito de se cuidar. Um dia, no domingo, para se cuidarem, se higienizarem por mais esse inverno, para eles conseguirem arejar as coisas deles. Eu acho que deveria ficar fechado. Todo mundo tem que se organizar, fazer um esforço.
Parques estarão fechados
Outra mudança no decreto de quinta-feira é o fechamento completo dos parques. Agora, sequer caminhadas estarão permitidas.
— É necessário porque é para não juntar pessoas. É uma das poucas formas de lazer, mas precisa que seja assim (fechados). As pessoas não estão respeitando — comenta a cabeleireira Fabiane dos Santos, 47, que tem optado por fazer atividade física em casa.
Dos quatro consultados sobre o assunto pela reportagem, dois foram favoráveis ao fechamento total. Um entrevistado opinou contra a restrição às caminhadas por entender que esta é uma forma de fazer exercício físico em meio à pandemia, mas também avaliou que é preciso manter a proibição para atividades recreativas que gerem aglomerações. Outro disse que não é afetado pela medida, mas apontou que o momento é de ficar em casa e sair apenas para o essencial.
