Quase um mês após a transferência do abrigo para moradores de rua dos pavilhões da Festa da Uva, 40 pessoas estão abrigadas no prédio do antigo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Reviver, localizado na avenida Circular Pedro Mocelin, no bairro Cinquentenário. O abrigo nos Pavilhões, montado em março, logo que surgiram os primeiros casos de coronavírus em Caxias, tinha capacidade para 512 pessoas e chegou a receber 226. Nas casas de passagem, há, atualmente, 80 abrigados.
Conforme a presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Marlês Sebben, a abordagem social tem sido intensificada, sendo realizada pela manhã, à tarde e à noite. O morador de rua que aceita ir para o abrigo passa por atendimento médico para verificar se não está com o coronavírus, evitando, assim, contaminar outros abrigados.
Se alguém apresenta os sintomas, é encaminhado para a UPA e, depois, cumpre um período de isolamento:
— Antes a abordagem chegava e: você quer ir para o abrigo? Vamos para o abrigo. Agora, hoje em dia, tem que passar pela avaliação, pelo contexto, pela quarentena de sete dias ou de 14, e depois para o abrigo — explicou durante entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra desta sexta-feira (26).
Ainda de acordo com Marlês, não há registro de pessoas em situação de rua com covid-19. Apenas um homem apresentou sintomas que indicavam a doença, mas se tratava, na verdade, de um caso de tuberculose. Ele está internado e quando tiver alta hospitalar retornará à casa de familiares.
Confira a entrevista completa à rádio Gaúcha Serra:
Campanhas
A campanha Caxias do Amor, que arrecada mantimentos e itens de higiene, já recolheu mais de 14 mil quilos de doações em mercados somente no mês de maio. Quem quiser ajudar, pode doar, principalmente óleo e feijão (itens em falta no momento). Os itens podem ser entregues em farmácias, mercados e postos de combustíveis.
Nos próximos dias, a FAS deve lançar outra campanha, para que as pessoas deixem de dar esmolas aos pedintes nas sinaleiras. Segundo Marlês, a assistência social já identificou que eles vivem em pensões e chegam a ganhar cerca de R$ 1 mil por semana.