A solidariedade está mudando a vida de famílias que vivem no bairro Euzébio Beltrão de Queiróz, em Caxias do Sul. Graças ao projeto Marmita Solidária, as crianças que antes da pandemia do novo coronavírus tinham comida garantida nas cozinhas comunitárias ou na escola, agora têm com o que se alimentar. O projeto é liderado pelo MC caxiense Jankiel Francisco Cláudio, o Chiquinho Divilas, pela líder comunitária Isabel Cristina Borges, por voluntários do Grupo de Escoteiros Saint Hilaire, Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) e Justiça do Trabalho. A iniciativa precisa de ajuda para continuar:
— Ele (Chiquinho) me chamou para perguntar sobre a situação das crianças. Estava preocupado, aí mandei um áudio porque não parava de pensar que as crianças não teriam o que comer naquele dia. Há oito anos faço almoço para eles na Cozinha Comunitária do bairro e, como fechou em função do coronavírus, bateu o desespero. Começamos a arrecadar alimentos e cestas básicas — explica a líder comunitária.
— Foi uma corrente do bem que se criou. Soubemos da iniciativa e mais pessoas começaram a ajudar. Começamos com a doação de comida, mas percebemos que não adiantava doar cestas básicas porque em muitos casos a criança não tem quem cozinhe para ela. Aí veio a ideia de comprar marmitas, mas então precisávamos arrecadar dinheiro para adquirir as viandas. Montamos uma equipe e passamos a fazer marmitas na sede do grupo de escoteiros — conta Denise Bampi, voluntária do Projeto Marmita Solidária, Coordenadora da Direção do Foro da Justiça do Trabalho e Presidente do Grupo Escoteiro Saint Hilaire.
Com a divulgação do projeto nas redes sociais, mais pessoas se ofereceram para montar as marmitas em suas casas. A cada dia da semana uma família é responsável por montar os itens que serão doados. Atualmente são entregues 45 marmitas por dia. Nas embalagens, arroz, feijão, carne, legumes e salada. Há dias em que os cozinheiros fazem frango assado, salsichão assado, polenta frita, massa e panquecas. As entregas são feitas às 11h no Centro Cultural Beltrão de Queiroz. Isabel é quem seleciona as famílias porque sabe quem mais precisa no momento. Os voluntários também arrecadam cestas básicas, cobertores e roupas.
Agora, o projeto precisa de mais auxílio da comunidade:
— Essas doações fazem diferença na vida dessas crianças e familiares. Precisamos de ajuda para continuar e, quem sabe, ampliar o número de marmitas — pede Isabel.
A equipe do projeto montou um vídeo para agradecer pelas doações e para tentar sensibilizar mais pessoas.
Confira o vídeo
Alimento para o corpo e a alma
As embalagens não chegam às famílias apenas com alimentos: todas têm desenhos nas tampas ou mensagens de carinho e esperança. A iniciativa partiu de uma das chefes dos escoteiros. Denise conta que as crianças têm guardado as embalagens:
— As mensagens nas tampas têm sempre um gesto de carinho, como "Feito com amor", "bom almoço". Depois tivemos a ideia de pintar um arco-íris, que se tornou um símbolo da esperança de vencer a epidemia.
Quem quiser ajudar
Para doar ou ser um voluntário entre em contato com Isabel no (54) 99113-9794.
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