O primeiro dia de bandeira vermelha no programa de distanciamento controlado do Rio Grande do Sul em Caxias do Sul mudou o cenário nas ruas do Centro, mas não teve adesão total. Diante da discordância de prefeitos da região em relação à adoção das regras mais restritivas, parte dos empresários preferiu aguardar uma decisão mais concreta para decidir se interrompe ou não as atividades.
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Entre 9h e 10h desta segunda-feira (15), a maior parte das salas comerciais das principais ruas do centro estava com a grades abaixadas, o que se refletia também em uma quantidade menor de pessoas e veículos circulando. Em uma das quadras da Avenida Júlio de Castilhos, próximo à Praça Dante Alighieri, por exemplo, apenas uma loja de roupas mantinha as atividades.
— Por enquanto, vamos aguardar a decisão da prefeitura. Tem álcool gel, máscara e não vamos deixar entrar muita gente na loja — garante o gerente Bara Seck, 26 anos.
Ao menos três lojas de eletroeletrônicos também funcionavam normalmente nesta manhã. Em uma delas, consultada pela reportagem, os vendedores apenas afirmaram que se aguardava uma orientação do município. Estabelecimentos de outros setores, contudo, abriram as portas com o entendimento de que se enquadravam em serviços essenciais. É o caso de uma joalheria e ótica.
— Por sermos ótica somos essenciais, então estamos abrindo com 50%, mas seguimos todas as orientações das autoridades — destaca o gerente, que prefere não se identificar.
Entre os funcionários do comércio também era perceptível a preocupação e a surpresa com relação à mudança de bandeira. Muitos foram pegos de surpresa e acreditam não haver necessidade para regras tão rígidas.
— Não deveria ter mudado. Poderiam ter restringido mais, como em algumas cidades que conferem no ônibus quem tá indo trabalhar. Não poderiam fechar o comércio porque precisamos nos manter — opinou a vendedora Ingrid Moraes Azambuja, 25, enquanto aguardava uma reunião na loja onde trabalha.
A mudança para bandeira vermelha gerou reações na maioria dos municípios da Serra, que entendem não haver motivos para um endurecimento tão significativo das restrições. Ainda no fim de semana, o prefeito de Caxias, Flavio Cassina (PTB), disse que irá contestar a decisão estadual. Um ofício foi elaborado pelo município e apresentado a entidades de classe da cidade na manhã desta segunda, antes de ser encaminhado ao Piratini. Ainda nesta segunda-feira, os prefeitos se reunirão com o governador Eduardo Leite (PSDB) para negociar uma revisão da bandeira vermelha.
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