Basta trafegar pela RS-122 e RS-453 nos trechos que cortam a Serra para ver que os controladores de velocidade, conhecidos popularmente como pardais, já voltaram às rodovias em diversos pontos. Porém, as empresas que venceram as licitações para a instalação dos dois lotes de equipamentos na malha rodoviária estadual do Rio Grande do Sul pediram mais prazo para concluir o processo de colocação e aferição. O pedido ainda está em análise no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), mas, é provável que seja concedido, o que deve postergar o início da operação dos aparelhos, ainda sem data definida.
O prazo contratual para a empresa Perkons, responsável pelo primeiro lote de pardais, encerra no sábado, dia 27. Ou seja, nessa data, os controladores deveriam estar prontos para operar. Contudo, o Daer, por meio da assessoria de imprensa, informou que tanto essa quanto a empresa responsável pelo segundo lote, a Fiscaltech, solicitaram mais tempo porque tiveram dificuldade em adquirir os equipamentos já que fornecedores pararam a fabricação em função da pandemia causada pelo novo coronavírus.
O contrato com a Perkons, com sede no Paraná, prevê a colocação de 16 câmeras que vão monitorar 68 faixas de tráfego em sete estradas. O documento foi assinado em 27 de abril com prazo de 60 dias, já considerando a aferição, que é feita pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e que verifica se o aparelho está operando de forma correta.
As rodovias que terão a fiscalização serão a RS-030, em Osório (trecho que liga a Tramandaí), a RS-040, entre Viamão e Pinhal, a RS-122, entre Portão e Caxias do Sul, a RS-239, entre Novo Hamburgo e Rolante, a RS-240, entre São Leopoldo e Montenegro, a RS-389, entre Osório e Torres, e a RS-453 (Rota do Sol), entre Venâncio Aires e Tainhas. A reportagem encontrou, na manhã desta quarta-feira (24), um pardal na RS-453, na altura do Km 110, em Bento Gonçalves, e outro sendo instalado pela Perkons na RS-122, em Caxias, no Km 67, em Forqueta. Ambos ficam nos mesmos locais onde existiam controladores anteriormente e que foram retirados em julho do ano passado, depois que o contrato anterior que o Estado mantinha com outra empresa venceu.
Um segundo lote de controladores está sendo instalado pela empresa Fiscaltech. São nove câmeras para o monitoramento de 25 faixas de tráfego na RS-135, entre Passo Fundo e Erechim, na RS-324, que liga Passo Fundo a Nova Prata, RS-342, entre Ijuí e Cruz Alta, RS-153, ligação entre Passo Fundo e Tio Hugo, RS-287, entre Montenegro e Santa Maria, e RS-122, entre São Vendelino e Farroupilha. Nesse último trecho, um dos pontos é o Km 47, antes e depois da chamada curva de morte.
Conforme a Secretaria de Logística e Transportes, os locais foram definidos por estudos técnicos por serem pontos críticos das estradas. O objetivo é que os motoristas reduzam a velocidade e, com isso, evitem acidentes. Além de monitorar a velocidade dos veículos, os novos equipamentos terão leitores que identificam a placa e cruzam os dados com as informações da Secretaria da Segurança Pública do Estado. A tecnologia é utilizada para localizar veículos que tenham sido furtados ou roubados ou ainda tenham sido usados para o comtimento de outros crimes. O investimento é de R$ 5,8 milhões nos dois contratos, que têm duração de dois anos, podendo ser prorrogados pelo mesmo período.
O que diz o Daer
"A instalação dos pardais e dos dispositivos leitores de placas obedece aos cronogramas estabelecidos. No entanto, as empresas solicitaram aditivo de prazo em razão da falta de equipamentos – como câmeras e ocrs (leitores de placas) – no mercado devido à paralisação dos fabricantes por conta da pandemia do coronavírus. Esses processos estão sendo analisados pelo Daer.
Atualmente, está sendo instalada no prédio do Departamento toda a estrutura de mídia necessária para o monitoramento, como servidores, televisões e demais equipamentos.
Após a aferição, as empresas devem entregar ao Daer um documento atestando o funcionamento adequado dos aparelhos.
Não estão previstos aditivos de valor em nenhum dos contratos, que estão dentro dos cronogramas estabelecidos até o momento."