O paciente de Garibaldi, de 63 anos, que recebeu a transfusão de plasma convalescente, é considerado recuperado do coronavírus. Os exames que atestam que a infecção não está mais ativa no organismo chegaram na noite de terça-feira (9), 15 dias após ele receber o tratamento no Hospital Virvi Ramos.
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Esse foi o primeiro paciente a passar por esse procedimento no Rio Grande do Sul, portanto ainda é cedo para dizer que essa transfusão foi fundamental para a recuperação.
— Não tem como afirmar 100% que o tratamento é o responsável pela recuperação do coronavírus. Precisaremos avaliar várias pessoas para dizer se o plasma é o responsável. A gente pode dizer que ele está recuperado, que não está mais com a forma ativa de covid, com dois testes negativos — ressalta Eveline Gremelmaier, médica intensivista do Virvi Ramos.
O paciente, que havia acordado na terça-feira (9) do coma induzido, apresenta melhora respiratória. Entretanto, Eveline ressalta que ele ainda está com uma fraqueza muscular e o período que passou com sedativos também acarretou numa perda de massa muscular. Por enquanto, o idoso passa por períodos sem usar o respirador. Ainda não há prazo para que ele receba alta e vá para o quarto.
— Ele tem uma fraqueza muscular muito grande, o que dificulta a saída dele do aparelho para respirar. Ele passa períodos sem o aparelho e à noite a gente precisa recolocar no aparelho para que ele consiga respirar. Isso se deve aos sedativos e a pneumonia grave que ele teve — explica Eveline.
Ainda não há estudos que comprovem que os pacientes estão curados da covid-19 e que não têm mais possibilidade de ser contaminados novamente. Até por isso, todos são considerados recuperados.
A doação de plasma é um estudo de tratamento contra o coronavírus. A doação do plasma foi possível graças a um equipamento do Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) capaz de realizar o procedimento. O doador é um pesquisador da área de Biomedicina, Fabio Klamt, 44 anos, de Porto Alegre, que já contraiu e se recuperou do coronavírus.