O colégio Tancredo de Almeida Neves, de Flores da Cunha, será a primeira escola municipal do Rio Grande do Sul a implementar o modelo cívico-militar em 2020. A ideia é que, no retorno das aulas presenciais, suspensas devido à pandemia de coronavírus, a instituição já conte com a presença de monitores militares. Na última sexta-feira (26), o uniforme que será usado pelos 304 alunos do colégio foi apresentado em cerimônia na prefeitura. A solenidade contou com a presença do prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (MDB), do deputado estadual Tenente-Coronel Luciano Zucco (PSL), da secretária de Educação, Ana Paula Zamboni Weber, do coordenador estadual das escolas cívico-militares, Marcelo Borella, e de militares da região.
A adesão da escola ocorreu ainda em 17 de fevereiro. Para aderir ao modelo, Flores da Cunha se enquadrou no requisito solicitado às escolas da rede municipal interessadas: pagar os salários dos futuros monitores. A prefeitura destinará um salário de R$ 2,4 mil mensais, sendo que foram solicitados ao Estado dois monitores para atuar na escola de alunos localizada no bairro União.
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— Na prática, a adesão deve ocorrer em agosto, quando as aulas retornarem. Estamos apenas aguardando as atividades presenciais, esse retorno à sala de aula. Na proposta de adesão, também estava prevista a entrega de uniformes para cada aluno. O modelo foi apresentado e, assim que as aulas recomeçarem, os estudantes estarão devidamente uniformizados, os monitores vão estar presentes na escola para desenvolver essa implantação do modelo de escola cívico-militar — explica a secretária de Educação de Flores da Cunha.
Ana Paula ressalta ainda que a confecção dos uniformes foi licitada pelo município. A vencedora foi a Vezzareto Uniformes Profissionais. As famílias vão preencher uma ficha com os dados de cada estudante e em 30 dias devem receber abrigo, camiseta, moletom, jaqueta e um uniforme para o verão composto por bermuda e camiseta. O uniforme também conta com o brasão do município onde a escola está identificada como Escola Municipal Cívico-Militar Tancredo de Almeida Neves.
— No momento em que aderimos, o foco foi a educação de atitude. A finalidade é educar com disciplina e organização. Os monitores vão atuar com os alunos, mas fora das salas de aula.
Ainda segundo Ana Paula, a ideia é a formação de seres humanos mais disciplinados, proativos e engajados em respeitar o próximo.
— Vamos criar um ambiente escolar de respeito mútuo, de cuidado, para que esses alunos trilhem um caminho de sucesso. Vamos trabalhar para reduzir a evasão escolar, para não perder alunos, para que os estudantes, com a ajuda da família, mantenham a rotina. Um ser humano organizado, com disciplina e rotina, tem acesso a uma formação completa. É um trabalho educativo de comunidade, não uma blindagem.
Modelo cívico militar foi lançado no ano passado pelo governo federal
A implantação do modelo cívico-militar previsto pelo Ministério da Educação ( MEC) para 54 estabelecimentos de ensino do país, foi lançado no ano passado. Da Serra, apenas a Escola Estadual Alexandre Zattera, em Caxias do Sul, estava apta ao modelo, até Flores da Cunha também aderir à proposta. No caso da rede estadual, o pagamento dos profissionais será feito por meio de verba proveniente de emenda parlamentar.
O deputado Zucco é autor de lei que prevê a criação de escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul.
— Flores da Cunha é a primeira cidade a implantar na prática a escola cívico militar. Estou feliz porque os estudantes terão uma escola baseada em princípios e valores. Vamos trabalhar a questão de disciplina e organização fora de sala de aula, e os reflexos serão dentro de sala de aula — comemora ele.
Os militares da reserva - da Brigada Militar e das Forças Armadas - atuarão no controle de circulação de pessoas no perímetro escolar, dando maior segurança a alunos, pais, professores e funcionários, além de desenvolver atividades de civismo.
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