Maior município da região, Caxias do Sul também vê o crescimento exponencial da sua curva. Ultrapassada a barreira de mil casos confirmados da covid-19 – 1.124 casos e 18 mortes, até terça (30) –, ainda não se pode esperar que esse número vá estabilizar ao longo dos próximos dias. A expectativa é de que esses números possam piorar, por conta das 450 pessoas com a infecção ativa, sendo possíveis transmissores do vírus, sem contar os casos assintomáticos.
— Estamos na curva ascendente e a piora será na segunda quinzena de julho. Aí nós teremos o pico de casos e internações — projeta o secretário da saúde Jorge Olavo Hahn Castro, que complementa:
— Pelo número de casos que vem crescendo progressivamente, os cálculos apontam para isso.
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O município tinha uma projeção de piora no mês de julho, mas junho ficou fora da curva inicial. O surto de casos no frigorífico da JBS de Ana Rech, ainda não totalmente contabilizado, impactou diretamente nesse crescimento que ultrapassa os 480% de testes positivos. Ainda não se tem como projetar o tamanho do impacto que esse surto teve sobre o número de contaminados na população caxiense, justamente porque a investigação epidemiológica ainda está em curso.
— A gente só vai saber quando terminarmos uma investigação epidemiológica para saber o quanto isso impactou. A gente vai acompanhar para quantos cada um deles (funcionários positivos) transmitiu — ressalta Castro.
Ainda que os números apontem que o mês de julho será o grande pico, não está claro se a região entrará em bandeira vermelha ou se terá um colapso do sistema de saúde. A Secretaria Municipal da Saúde trabalha com a possibilidade de abertura de mais leitos de UTI – sete serão inaugurados nesta quarta (1º) no Pompeia – e leitos específicos para a covid-19. No entanto, essa resposta depende muito da atitude da população em seguir o distanciamento social, algo mais claro com as medidas impostas nos últimos dias na tentativa de coibir aglomerações, com a proibição de frequentar parques para lazer e fechamento de mercados e padarias aos domingos. No entanto, o resultado dessas medidas só deverão aparecer nos próximos 10 dias. Por enquanto, existe a promessa de que todos terão estrutura para tratamento.
— Se continuarmos com a restrição de movimentação social ainda vai ter aumento de casos, a mortalidade também vai aumentar. Porém, conseguiremos dar atendimento adequado a todos os pacientes — garante Castro.