Desde que o coronavírus chegou ao país, todos estamos tendo que aprender a lidar com incertezas, apreensões e medo. Os adultos conseguem compreender a gravidade da covid-19 e falar sobre o tema, mas será que as crianças também conseguem expressar seus sentimentos neste período? Foi pensando nisso que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou o questionamento: Como as crianças estão se sentindo durante este momento?
A campanha "Sentimento no Papel" instiga crianças de todo o Brasil a se expressarem por meio dos desenhos e a explicarem o que estão pensando nesse momento. Inspirando-se nessa ideia, o Pioneiro convidou oito pequenos caxienses a se manifestarem por meio da arte. São crianças de 5 a 13 anos que estão lidando com o distanciamento social de formas diferentes. Confira:
Anderson Wesley Oliveira Pivoto, 13 anos
— Fiz esse desenho representando que me sinto em outro universo com toda essa situação. Nunca pensei que iria passar por uma pandemia que deixasse alguns dias tão monótonos e entediantes!
Augusto César Pedron, 12 anos
— As coisas que sinto falta são ir para a escola, ver meus amigos, ir para os treinos de futsal, visitar meus avós, tios, primos, dindos e até ir no shopping comer sorvete.
Augusto Pandolfi, 5 anos, e Julia Pandolfi, 9
Os irmãos Pandolfi sentem muita saudades de brincar com os amiguinhos:
— Eu estou triste porque estou com saudades das minhas amigas e de ir para a escola. Não posso brincar com elas — lamenta Julia Pandolfi, 9 anos, complementada pelo irmão:
— Eu estou com saudades de jogar futsal e de ir para a escola. Antes, eu tinha muitos amigos para brincar e agora não vejo ninguém, só na aula online. Então não tem como brincar — conta Augusto Pandolfi, 5 anos.
João Vitor Machado Salazar, 7 anos
— Eu quis mostrar o isolamento da minha casa: a janela foi feita para eu olhar os dias, o sol, a noite e a chuva.
João Pedro Fochezatto, 11 anos
— Eu escolhi desenhar uma chuteira de futebol porque uma das coisas que eu mais sinto falta no isolamento é jogar bola: jogar na escola com meus colegas, treinar e jogar na escolinha de futebol. Quando tudo passar, quero que todo mundo possa fazer todas as coisas que mais gosta.
Laura Frison Schorn, 6 anos
— Me sinto feliz quando eu posso brincar lá fora com os meus brinquedos, ficar na cama o dia inteiro e ficar muito tempo com a minha família. Eu não gosto de usar máscara, não poder passear e não fazer novos amigos.
Samuel Velasque da Silva, 11 anos
— Nessa pandemia, estou me sentindo meio solitário porque não tem ninguém da minha idade para jogar bola comigo. Se não tivesse essa pandemia, eu estaria na aula, com os meus colegas, a minha professora e também poderia ir na casa dos meus primos. Estou com saudades da escola, mas o bom é que estão mandando atividade para fazermos.
Como participar
A Unicef também incentiva os pais e responsáveis a convidarem seus filhos para participar. Os desenhos podem ser postados no Instagram marcando a @unicefbrasil e usando a hashtag #sentimentosnopapel.
Auxílio para falar com as crianças
No mês de março, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou uma cartilha para auxiliar país e responsáveis a falarem com as crianças sobre o coronavírus. No material, também há orientações de higiene pessoal, como lavar as mãos, por exemplo; e cuidados em ambientes coletivos, incentivando-as a brincar em casa. Acesse aqui.