A falta de chuva que castiga o Rio Grande do Sul traz a necessidade de implementação de novas alternativas para que a água potável chegue às torneiras dos consumidores. Por conta disso, os municípios de Veranópolis e Vila Flores, ambos na Serra Gaúcha, têm fornecimento garantido, apesar de a população ser convidada a economizar.
Dois poços artesianos perfurados pela Corsan jorram água para o Rio Retiro e, com isso, equilibram uma vazão de, no mínimo, 70 litros por segundo para a barragem que abastece as duas localidades. O formato é novidade nesse ano e começou no final de março para conter os reflexos da seca. As cidades somam cerca de 35 mil habitantes, que teriam o fornecimento de água altamente comprometido não fosse a medida.
Os dois poços, já em operação, possuem cerca de 300 metros de profundidade acoplados de bombas de cerca de quatro polegadas para que a água seja direcionada à superfície e caia sobre o leito do rio. Depois disso, o volume de água disponível para tratamento é maior. Em março, a Corsan chegou a anunciar racionamento de água com cortes em sistema de rodízio.
— Ativamos os poços no final de março quando o nível do rio não permitia a vazão mínima pela falta de chuva. Agora, já estamos conseguindo desligar um deles durante a noite para alternar — explica o gestor de unidade da Corsan em Veranópolis, Claudio Ferreto.
Além disso, as prefeituras de Veranópolis e Vila Flores efetivaram a abertura de um terceiro poço, ainda fora de operação.
A estiagem somada ao isolamento social por conta da covid-19 aumenta a preocupação já que as pessoas tendem a consumir mais água ao ficar em casa.
— Seguimos orientando pelo uso racional da água. Dá para adiar a lavagem de carro, de calçadas — recomenda Ferreto.
Veranópolis não enfrentava seca similar desde 2005. A região contabiliza perdas especialmente na agricultura por conta da estiagem. O último dado divulgado pela Emater/Serra contabilizava um terço das lavouras de soja e milho já perdidas.