O reforço do Estado para tratamento de casos graves de covid-19 em Caxias do Sul só deve começar a chegar na semana que vem. Pelo menos é essa a expectativa do secretário de Saúde do município, Jorge Olavo Hahn Castro. A Secretaria Estadual de Saúde não retornou, até as 20h30min, o pedido de informações da reportagem.
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Segundo Castro, a previsão é que os equipamentos para os 10 novos leitos de UTI já credenciados e que serão instalados no Hospital Geral cheguem no começo da próxima semana. A aparelhagem e a montagem será feita pela mesma empresa, da qual o governo estadual alugou os equipamentos. Cada leito, além da cama, tem ventiladores, monitores e respiradores.
Os sete novos leitos de UTI a serem instalados no Hospital Pompéia e os cinco a serem abertos no Hospital Virvi Ramos também já foram credenciados e vão receber os mesmos aparelhos. Mas ainda não há data prevista.
– A data que vamos receber, só temos do Geral (HG). Era para ser nesta semana e passou para a outra. Nos outros, não temos a data – disse o secretário municipal.
Somadas as três instituições de saúde abrigarão os 22 leitos de UTI que a cidade deve receber nessa que será a segunda fase da pandemia, em Caxias. Atualmente, o município dispõe de 34 leitos em unidades de tratamento intensivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e nenhum paciente grave de covid-19, segundo a Secretaria Municipal, ocupando essas vagas. Até a tarde de onte, havia uma pessoa com confirmação de infecção pelo novo coronavírus e outras seis suspeitas em UTI de instituição particular. Sobre a projeção de abrir mais vagas desse tipo, Castro disse que não há definições a respeito:
– Se tivermos uma piora (na situação) vamos partir para outra alternativa, mas isso será uma fase seguinte. Agora não tem nada definido.
Já no tratamento intermediário, ou seja, para aqueles pacientes que tiverem melhora após terem passado pela UTI mas ainda não estão em condições de irem para uma enfermaria, o município irá organizar uma ala com 10 leitos de cuidados semi-intensivos no Hospital Pompéia.
Na tradicional live em rede social, na tarde desta quinta-feira, o governador Eduardo Leite, referiu pronunciamento do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ainda na quarta, sobre a dificuldade que o país está enfrentando em conseguir equipamentos, desde os de proteção individual, os EPIs, até os respiradores, que são aparelhos fundamentais em leitos de UTI. Segundo as autoridades da saúde, há pouca disponibilidade no mercado em função da pandemia mundial.
Leite reiterou que é justamente para que o Estado tenha tempo de preparar e equipar o sistema de saúde para atender aos pacientes mais graves que é necessário manter o distanciamento social, neste momento, praticamente reproduzindo o que falou o ministro em coletiva na última quarta.
– Estavam comprados (respiradores). Tínhamos. Quando começamos a pedir, entregaram a primeira parte, na segunda parte, mesmo com eles contratados, assinados e com o dinheiro para pagar, quem ganhou falou: "não tenho mais os respiradores, não consigo te entregar". Então, voltamos de algo que achávamos que já tínhamos. Demos um passo para trás. Por isso que eu recomendo que nós aumentemos e façamos o máximo possível de desaceleração dessa dinâmica social para que a gente possa, pelo menos, abastecer o país – disse Mandetta.