A vontade de estar perto do neto Nicholas, dois anos, aliada ao desejo de entreter as crianças em quarentena, fizeram com que a professora Maria Ester Adami, 58 anos, utilizasse a contação de histórias, por meio de vídeos, para promover a aproximação neste período. Desde a última sexta-feira (20), a sala da sua residência virou palco para o lúdico.
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— A ideia principal é deixá-los (os vídeos) bem autênticos, como se fosse uma contação na sala de casa ou na própria biblioteca da escola — conta a educadora formada em História, que leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nova Esperança, em Caxias do Sul.
As histórias, escolhidas pelo netinho de dois anos, serão contadas a cada dois ou três dias, no final da tarde. O marido Gilberto Adami, auxilia nas gravações, que estão sendo divulgadas na página da instituição de ensino no facebook. Até esta terça-feira (24), João e o pé de feijão, Chapeuzinho Vermelho e Os três porquinhos tinham sido exploradas por meio dos vídeos.
— Sou uma professora que sempre se preocupou muito em fazer um trabalho pedagógico pautado pela responsabilidade social, que envolve uma educação de qualidade. Poder de alguma forma colaborar, mesmo de casa, para amenizar um pouco a angústia que a grande maioria de nós está sentindo, é muito bom. Sem contar que, para as crianças, mães e pais, estarem em casa sem poder sair não está sendo fácil — explica.
A receptividade de pais, alunos e comunidade em geral vem sendo muito positiva. Inclusive, Maria Ester vem recebendo várias solicitações de histórias através das redes sociais:
— Tenho acompanhado na página do facebook da escola, e também nas minhas redes sociais, e as mensagens são muito positivas e gratificantes. Já valeu a pena.
A educadora também aproveita para fazer um apelo à sociedade, em relação ao momento delicado que todos vivemos:
— Não podemos ser egoístas e pensar individualmente. Precisamos pensar no outro e no coletivo. Considero importante aproveitarmos o momento para aprendermos, refletirmos sobre o que realmente é mais importante e exercitarmos a solidariedade não apenas com doações de objetos, alimentos, materiais, mas sim de realmente tentarmos nos colocar no lugar do outro.