Diante da pandemia de coronavírus, a comunidade de Bento Gonçalves se mobilizou, junto com a prefeitura municipal e o Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC), para construir uma ala hospitalar voltada ao atendimento de pessoas sintomáticas da doença. As obras tiveram início na terça-feira (17) e têm previsão de conclusão em 17 de abril. A ala está sendo montada em um dos andares de uma estrutura em construção que fica atrás da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, conhecida como Complexo Hospitalar de Saúde. Este hospital já tem alguns setores em funcionamento.
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Segundo o presidente da Associação médica de Bento Gonçalves, Fernando Tormen, serão disponibilizados 40 leitos e a ala será exclusiva para pessoas com sintomas da covid-19 que precisem ficar em observação.
– É a maior obra de Bento Gonçalves, não por causa do valor, mas do censo comunitário que ela está causando. É o simbolismo que ela tem de unir a comunidade, eu nunca tinha visto isso em Bento. Vai ser muito rápido, porque não vai passar por processo licitatório – comenta o secretário de Saúde, Diogo Siqueira.
Ainda conforme Siqueira, a ideia foi proposta pelo prefeito, Guilherme Pasin, devido ao avanço da pandemia. Ele afirmou que somente no domingo (22), foram 65 voluntários trabalhando na construção.
– É um trabalho fantástico. Tem voluntariado que doa alimento, busca material, traz álcool gel, se coloca como motorista, higienizador – conta o secretário.
Segundo o presidente da Associação Médica de Bento, os voluntários são pessoas que trabalham diretamente nas obras, que têm conhecimento e que já fizeram esse tipo de serviço.
– O objetivo disso é desafogar o Hospital Tacchini, que é o hospital de referência aqui da cidade – acrescenta.
A CIC ficou encarregada de captar os voluntários e comprar os materiais. O secretário da Saúde ressalta que não há nenhum investimento do município nesta obra e que os recursos vêm totalmente por meio de doações. Para isso, uma vaquinha online foi criada e, atualmente já foram doados mais de R$ 19 mil.