Três araucárias que ficavam na Praça Amábile César Vial, no bairro Galópolis, em Caxias do Sul, foram cortadas na última segunda-feira (13). O corte efetuado por funcionários da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), a pedido da Associação de Moradores (Amob), provocou revolta e indignação em pessoas que vivem ou trabalham no bairro.
Uma moradora, que prefere não se identificar, caminhava em meios aos galhos, grinfas e restos de madeira que ficaram pelo chão na manhã desta quarta-feira (15). Ela olhava com tristeza para o tronco que sobrou no lugar da árvore que ficava mais próxima a Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia.
— Estou chocada. Dá vontade de chorar. Todo mundo passava aqui e pegava pinhão. Tínhamos sombra e três araucárias lindas. E agora, isso? Não entendo por que fizeram isso. Fiquei muito triste porque eu sempre pedia a Deus que abençoasse quem há anos plantou as árvores — lamenta ela.
Outra frequentadora da praça considera um absurdo o corte.
— Para mim é crime ambiental. Era uma araucária, não é como cortar a grama — reclama.
Uma moradora de 77 anos, que cresceu brincando em meio a praça, e contemplava as árvores desde a infância, também lamentou a situação:
— Podiam podar as árvores mas cortar as araucárias assim, as três? — questiona.
CONTRAPONTO
A Semma informou que a solicitação para cortar as árvores partiu da Associação de Moradores (Amob) de Galópolis. A alegação é que os galhos das araucárias provocavam risco aos moradores que frequentam a praça. A prefeitura inspecionou a área e constatou que havia risco, por isso, a equipe da Semma foi autorizada a efetuar o corte das árvores.
A presidente da Amob Maria Patrício Pinto, explica que a associação atendeu a um pedido antigo dos moradores, principalmente, porque uma das árvores ficava bem próximo ao parquinho e as crianças corriam riscos com a queda dos galhos.
— Os moradores solicitaram ainda em 2016 ou 2017 que as árvores fossem cortadas. Atendemos a solicitação porque era arriscado para todos que frequentam a praça, ainda mais nos finais de semana que fica lotada. A prefeitura constatou o risco e o setor liberou o corte — explica ela.
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