Virgolina Modes da Silva Santos, 70 anos, afirma que chegou na UPA Zona Norte, em Caxias do Sul, às 7h30mim desta segunda-feira (18) com o braço fraturado. Às 16h30min, ela ainda aguardava para ser atendida, mesmo reclamando de dor e com o braço inchado e cheio de hematomas. Ela e pelo menos outras 100 pessoas aguardavam, na tarde desta segunda, revoltados em busca de uma explicação da direção da unidade para o atraso no atendimento.
— Ninguém diz nada. Não nos informam o que está acontecendo — protestava Giovana Reis, que aguardava para ser atendida desde as 8h, devido a um tendão rompido.
A reportagem esteve no local à tarde e também tentou buscar explicações junto à direção da UPA, mas não conseguiu. Depois de muita insistência, a assessoria informou que iria averiguar a situação, mas não retornou para dar informações.
No página da prefeitura de Caxias do Sul no Facebook, a publicação feita por volta das 15h30min informava que um problema elétrico teria afetado o sistema do Centro Administrativo. "A instabilidade de energia acabou danificando o Data Center do Executivo. As equipes de informática e de manutenção trabalham no reparo e instalação para reestabelecer os sistemas o mais breve possível."
Muitos pacientes que passaram o dia esperando por atendimento garantiram à reportagem que não a unidade estava sem médicos à tarde. Somente os casos de pediatria, segundo os pacientes, estavam sendo chamados.
— Se tivesse clínico geral, teriam chamado pelo menos os casos mais urgentes. Estou aqui desde as 8h, quando tinham poucos aguardando. Até agora não sei por que ainda não fui chamada. É um descaso total — reclama Giovana.
No mural da UPA não havia informações sobre a escala de médicos.
Nivaldo Godoy também estava com o filho de 19 anos aguardando por atendimento desde o início da tarde. Com a axila inflamada, a única explicação que recebeu do atendente foi: "Vai demorar entre 10 e 12 horas."
O que diz o IGH
Às 17h30min, via email, a assessoria do Instituto de Gestão e Humanização (IGH) informou que "o tempo de espera dos atendimentos na unidade que é determinado conforme a classificação de risco, atendendo prioritariamente, os casos de urgência e emergência, mas sem deixar de prestar assistência médica a qualquer pessoa que venha buscar atendimento na nossa unidade. A demanda habitual é notavelmente maior no início da semana (segunda-feira), por isso a estimativa de espera de casos de menor complexidade torna-se maior em dias como hoje, pois com fluxo maior de pacientes o tempo de aguardo também se dilata. "
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