Os próximos dias serão decisivos para o processo que levará à liberação da ERS-122, em Farroupilha, no trecho onde houve um grande deslizamento de rochas no dia 4 deste mês e diversas outras quedas menores nas últimas duas semanas. Depois de detonar e remover as pedras que rolaram da encosta sobre as pistas e parte do paredão de pedra que estava ruindo, as equipes da Encopav Engenharia, responsável pela manutenção da rodovia, e da Boqueirão Desmonte, especialista em explosões, farão nesta quarta-feira a perfuração no topo da encosta, ou seja, de cima para baixo, numa profundidade de cerca de 12 metros no chamado talude, composto por parte de rocha e parte de terra.
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Para possibilitar esse serviço, nesta terça, uma retroescavadeira foi utilizada para abrir caminho em um trecho de 400 metros em meio à vegetação em uma propriedade particular localizada à margem de uma estreita estrada de chão. O acesso para a estrada fica na altura do Km 44, a um quilômetro do ponto do desmoronamento. Para chegar ao topo, são dois quilômetros subindo o morro pedregoso. Curiosamente, o caminho usado agora, há décadas, era a única via de ligação entre São Vendelino e Farroupilha, segundo os moradores.
A fase que se inicia nesta quarta requer cuidado e precisão, já que a perfuratriz – espécie de guindaste sobre esteiras com um braço mecânico onde fica uma broca que perfura a rocha – ficará na beira do penhasco a uma altura de 25 metros exatamente no ponto acima de onde houve a queda de barreira. A máquina estará presa por meio de um cabo de aço a uma retroescavadeira que ficará na base da clareira aberta na mata, garantindo a segurança dos operários. A quantidade de pontos a serem perfurados e de explosivos será avaliada nesta quarta.
A previsão do diretor de Infraestrutura do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Luciano Faustino, que esteve no local na tarde de terça, é que as detonações ocorram na quinta e sexta. Depois, as rochas que caírem sobre a rodovia serão removidas. A cada etapa, nova avaliação é feita sobre a segurança no local, que só será liberado quando a encosta parar de ceder.
– A liberação da estrada vai depender do sucesso dessa operação porque após a detonação vai vir uma outra etapa que é voltar na pista e limpar todo esse material. Feito isso, está concluída a obra e liberada. Se for possível liberar duas faixas, uma para subir e uma descer, vai ser avaliado e será feito – prospectou Faustino.
O diretor de Operação Rodoviária do Daer, Sandro Wagner, alerta para o risco de tentar passar pelo trecho que permanece instável e ainda tem água escorrendo pelas pedras. Nesta terça, mesmo com todos os avisos, dois ônibus de excursões furaram os bloqueios e tentaram passar.