Na tarde desta sexta-feira, passados quase quatro dias desde o deslizamento que interrompeu o trânsito na ERS-122, o secretário de Logística e Transportes do Estado, Juvir Costella, afirmou que a decisão sobre liberar ou não o tráfego de veículos no local virá da equipe técnica. O gestor disse que a prioridade é a segurança das pessoas e que todos os esforços estão sendo feitos no sentido de agilizar os trabalhos no local.
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A opção por usar explosivos para detonar as rochas e o alargamento da pista no sentido Farroupilha-São Vendelino, concluído na sexta, estão entre as medidas adotadas nesse sentido. Na manhã deste sábado, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) deve reavaliar as condições do local e decidir se haverá ou não liberação durante o final de semana.
As equipes da Encopav Engenharia, empresa responsável pela manutenção da rodovia, fizeram uma "faixa alternativa" com cerca de 2m50cm de largura que vai permitir que o tráfego flua em ambos os sentidos enquanto os trabalhos de remoção das pedras forem realizados. Mas ela precisa ser sinalizada. Além disso, os técnicos consideram a previsão que volte a chover neste sábado na região, o que pode aumentar o risco de novos deslizamentos.
Na semana que vem, a Encopav ainda fará a derrubada das rochas na parte da encosta que têm risco de desprender. Estão previstas para a próxima terça-feira detonações de pelo menos três pedras gigantes que desprenderam na madrugada da última segunda-feira. Na tarde desta sexta, a empresa Boqueirão Desmonte, com sede em Boqueirão do Leão, fez perfurações nas rochas para a colocação dos explosivos.
Segundo o Exército, representantes da empresa solicitaram autorização ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 3ª Região Militar do Exército, órgão regional localizado em Porto Alegre, que dá o aval para o uso dos explosivos. Porém, a empresa ainda precisa entregar um documento com a Responsabilidade Técnica (RT) do profissional que ficará responsável pela ação. Isso deve ocorrer na segunda-feira, quando deve ser emitida a autorização. A equipe do Exército que vai acompanhar o trabalho também é da Capital.
De acordo com a empresa, na terça, serão realizadas pequenas explosões com efeito controlado. Funciona assim: a rocha é perfurada e colocado o explosivo ligado a um fio de 1m20cm de comprimento. No momento da detonação, o fio é aceso e queima por cerca de dois minutos até chegar no dispositivo, que explode, fragmentando a pedra. As partes soltas são retiradas e novo procedimento é realizado até que a rocha fique em tamanho ideal para ser removida. Para a detonação é feito um isolamento de 300 a 400 metros.
Confira trechos da entrevista:
Pioneiro: O que vai definir a liberação da rodovia?
Juvir Costella: A segurança das pessoas que vão transitar nesse trecho da rodovia. Esse é o primeiro aspecto. Porque há ainda risco de desmoronamento. Inclusive, vamos fazer a detonação dessas pedras que estão lá. E retirar outras pedras que vão cair. A engenharia do Daer e empresa (Encopav) estão trabalhando desde a madrugada em que ocorreu o fato.
É uma decisão técnica ou política?
A decisão tem que ser técnica, não pode ser política. Imagina o secretário mandar liberar a pista e haver um desmoronamento e que isso afete alguém que esteja transitando pela rodovia... não quero nem pensar nisso. O laudo técnico vai dizer: pode liberar a pista; não pode liberar a pista. Estou pedindo agilidade para que se libere a rodovia o mais breve possível.
A detonação é um procedimento seguro, considerando que mais rochas devem cair?
Temos que ter um cuidado ainda maior com a detonação. Mas sim, é segura. É feita uma perfuração na pedra com uma broca (onde são colocados os explosivos).
O governo liberou verba emergencial para a obra. De onde virá esse recurso?
São coisas que ocorrem e que não está previsto no orçamento. Vamos ter que tirar daqui ou acolá, enxugar, fazer um emergencial para liberar uma rodovia dessa dimensão. Não posso esperar ter dinheiro para fazer o serviço. O cobertor curto, estamos tirando um pouquinho de cada setor dentro da secretaria para que possamos executar essa (obra), que não estava elencada entre as que poderíamos ter de fazer, mas surgiu.